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    Espumante em 10 lições!

    access_time Publicado em 15 de janeiro de 2017
    update Atualizado em 24 de janeiro de 2022
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Brasil,Champanhe,Espumantes,Fabricação,Produção,Sem categoria,Vinificação

    Atendendo a pedidos e aproveitando que o calor é mais do que convidativo para se abrir uma boa ampola de espumante, seguem 10 informações importantes para os iniciantes conhecerem mais dessa deliciosa bebida e entenderem melhor as informações contidas nos rótulos. Ou seja,  procurei esclarecer (quase) tudo que um curioso sempre quis saber sobre espumantes, mas tinha medo (ou vergonha) de perguntar!

     

    1) O QUE É UM VINHO ESPUMANTE?

    Os vinhos são produzidos através de processo de  fermentação onde o açúcar das uvas se converte em álcool e dióxido de carbono (CO2) que é liberado para a atmosfera.  Espumante é o vinho que possui CO2 dissolvido, sendo este o responsável pelas suas borbulhas que se chamam perlage. Com raras exceções, na produção de vinho espumante, após a primeira fermentação ocorre uma segunda, na qual o CO2 produzido não é liberado para a atmosfera, permanecendo com o líquido.

     

    2) CHAMPENOISE x CHARMAT

    Há 2 métodos principais para a fabricação de espumantes e normalmente são indicados no rótulo: Tradicional (ou Champenoise ou Clássico) e Charmat (ou método Tanque).  No método tradicional  a segunda fermentação ocorre dentro de cada garrafa e no método Charmat a segunda fermentação ocorre em tanques de inox. Na África do Sul o método tradicional (Champenoise) é chamado de Cap Classique.

    Espumante elaborado pelo método Charmat

    Obs1: Observem que falei que o método tradicional e o Charmat são os 2 principais, mas há outros: carbonatção (inteja-se CO2 no vinho tranquilo), ancestral (só uma fermentação dentro da garrafa fechada), transferência, e Asti (só uma fermentação em tanque fechado).

    Obs2: O método tradicional gera produtos mais complexos, com mais notas de leveduras, biscoito e panificação; já no método Charmat os aromas da uva ficam mais preservados. Portanto, não é tecnicamente correto afirmar que o espumante obtido pelo método charmat não é bom ou é pior, trata-se de produto com caraterísticas distintas.  Assim, um bom produtor com uvas boas é capaz de elaborar espumantes de qualidade pelo método charmat.

    Obs3: Bola dividia! O método charmat é muito mais recente que o método tradicional e foi desenvolvido em 1895 pelo italiano Federico Martinotti,  No que pese sua essência ter se mantido, ele foi aprimorado e patenteado em 1907 pelo francês Eugène Charmat. Assim, praticamente na Itália somente que a denominação método Martinotti é utilizada. Em publicações inglesas e norte americanas utiliza-se Charmat ou “Tank Method”, e na França, obviamente: Charmat!

    3) ESPUMANTES PELO MUNDO

    Champanhe é um espumante, mas nem todo espumante é um Champanhe! Só pode ser chamado de Champanhe  o espumante produzido na região demarcada da França que possui este nome e segue sua regulamentação.

    Mapa detalhada da AOC Champagne obtido no site Wine Folly

     

    O espumante produzido na França fora da região de Champanhe se chama Crémant. Há Crémant do Loire, Crémant da Alsácia, Crémant da Borgonha…  Os Crémants são elaborados pelo método tradicional.

    São também espumantes de regiões com denominação de origem (DO) o Prosecco produzido na Itália e o Cava produzido na Espanha. E sim, fala-se “o” Cava, pois é uma palavra masculina. O Prosseco é elaborado no nordeste da Itália, no Vêneto, pelo método Charmat.

     

     

    A produção de Cava majoritária é na Catalunha, mas outras regiões da Espanha são autorizadas e elaborar espumantes com esta designação. Os Cavas são elaborados pelo método tradicional.

    Mapa obtido no site Wine Folly

    Na Alemanha, o nome Sekt indicado num rótulo significa que trata-se de vinho espumante, sendo que o vinho base pode ter sido importado de outros países como França e Itália e só o espumante foi elaborado na Alemanha. Se estiver indicado Deutscher Sekt significa que as uvas foram cultivadas na Alemanha.

    Outro bem popular é o Moscato d’Asti, que  é um espumante italiano doce produzido com a uva Muscat (Moscatel) através de uma única fermentação em tanque (método Asti). Ainda na Itália, são produzidos espumantes de excelência na região da lombardia, só que raros e caros,  chamados de Franciacorta, que são elaborados pelo método tradicional.

    Argentina, Chile, Portugal, EUA, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália e até a Inglaterra produzem vinhos espumantes.

     

    Alguns Champagnes que aprecio

     

    Experiências com espumantes de Portugal, Inglaterra, Austrália e EUA

     

    Crémant da Alsácia degustados “in loco”
    Cavas Memoráveis
    Outro Cava que gostei muito

     

    Uma agradável surpresa

     

    Um memorável Cava

     

    Franciacorta que gostei muito

     

    4) PRINCIPAIS CASTAS UTILIZADAS

    Chardonnay e Pinot Noir são as principais castas autorizadas para produzir champanhes e são também muito  utilizadas na produção dos melhores espumantes brasileiros. O Prosecco utiliza a uva Glera;  já o Cava é feito principalmente com a Macabeo, a Xarello e a Parellada, mas também podem ser utilizadas a Pinot Noir e a Chardonnay. Os espumantes também podem ser rosé, caso haja contato com a casca da uva tinta (geralmente Pinot Noir) durante a fermentação.

    Rosé elaborado pelo método tradicional.

    5) BLANC DE BLANC x BLANC DE NOIR

    Nos Champanhes e demais espumantes o mais comum é encontramos cortes contendo Chardonnay e Pinot Noir, variando a proporção de cada casta conforme o produtor. Entretanto,  quando vemos nos rótulos  indicado “Blanc de blanc” significa que o espumante foi produzido apenas com Chardonnay; e quando vemos indicado “Blanc de Noir”, significa que foi elaborado unicamente com  Pinot Noir.  Em geral, os Blancs de Noir possuem mais corpo e estrutura.

    Blanc de Blanc, ou seja, 100% Chardonnay

     

    Blanc de Noir: 100% pinot noir
    A linha 130 da Casa Valduga possui um Blanc de Blanc e um Blanc de Noir

     

    6) O EXCELENTE ESPUMANTE BRASILEIRO

    O Brasil  produz espumantes excelentes, muito superiores a média dos Prossecos que encontramos por aqui e capazes de superar os melhores Cavas. Assim, entre um prosecco qualquer e um espumante brazuca, não há nem o que pensar: vá de Brasil!  A chance de sucesso é muito maior.

    São elaborados espumantes em diversos estados: RS, SC, PR, SP, MG, PE/BA…

    Gosto muito dos espumantes produzidos no Rio Grande do Sul, principalmente os do Vale dos Vinhedos e os de Pinto Bandeira, que é o berço de verdadeiras preciosidades! Na serra gaúcha temos a DO Vale dos Vinhedos que permite elaboração de espumantes desde que seja pelo método tradicional, somente nature, extra-brut ou brut e com pelos menos 60% de pinot noir e/ou chardonnay, sendo que o restante pode ser a riesling itálica.  E Pinto Bandeira em breve pode se tornará a primeira DO (denominação de origem) só de espumantes do novo mundo!

    Todos os espumantes brasileiros que estão nestes posts são exemplares da mais alta qualidade, cada um de acordo com a sua proposta.

     

    7) CONCENTRAÇÃO DE AÇÚCAR

    Atenção galera fitness, o espumante é classificado conforme sua concentração de açúcar. Na legislação brasileira temos:

    Teor de Açúcar

     

    Informações do rótulo: Nature e método Champenoise (ou tradicional)

     

    Extra brut, informado no canto esquerdo

     

    Rótulo informa: Brut e Método Tradicional

     

    Nature

     

    A Linha Millésime da Miolo é de alta qualidade. Tanto o Rosé quanto o branco

     

    Já na legislação da AOC Champagne (que vale para todos os países de UE) temos:

    Infográfico obtido no site da Wine Folly

     

     

    8) DEPÓSITO DE LEVEDURAS

    Em alguns espumantes podem ser encontrados depósitos de sedimentos na garrafa. Saiba que não é um defeito do vinho e sim uma decisão do enólogo de, na produção, não retirar as borras (não fazendo o dégorgemant), mantendo as leveduras em suspensão na garrafa (sur lie).  O produto final adquire mais complexidade, textura na boca  e uma aparência um pouco turva. É um espumante em sua forma mais bruta, que tem seus encantos!

    Grande espumante brasileiro com esta característica

     

    Outra boa pedida na mesma linha!

     

    Mais opções de qualidade

     

    9) TEMPERATURA

    Você gosta de cafezinho gelada? Cerveja quentinha? Então, cada bebida possui uma temperatura mais adequada para o seu consumo, e a temperatura ideal para consumir um espumante é 6-10ºC, por isso o balde de gelo é importante.

     

    10) SERVIÇO

    Ao se abrir um espumante, não se deve sacudir a garrafa antes, tal qual no pódio de Fórmula 1,  pois irá fazer com que se desprenda muito CO2 que é o responsável pelas borbulhas da bebida quando servida na taça. Já vimos que estas borbulhas são chamadas de perlage e o ideal é que sejam pequenas e abundantes!  E para melhor apreciá-las, as taças recomendáveis são aquelas mais compridas, do tipo flûte ou tulipa, pois assim a borbulha terá um caminho mais longo para percorrer até rebentar no topo da taça para você apreciá-la melhor.

    Taças: Flûte e Tulipa

     

    Agora que vc esta craque em espumantes,  é só abrir uma boa ampola e começar a hidratação!

     

    Gosta de espumantes?  Sugiro a leitura dos posts:

    • Estes Espumantes Brasileiros são Tops!!!
    • Rosés Brazucas: 06 ótimas e econômicas opções para hidratar no verão!
    • POW: O templo do espumante brasileiro!

     

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