A geada nos vinhedos de SC e do RS através de belas imagens

Uma enorme massa de ar polar atingiu o sul e parte do sudeste do país na última semana de julho deste ano despencando as temperaturas, causando neve, geada e mudando o cenário dos vinhedos nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Porto Alegre e Florianópolis tiveram as temperaturas mais baixas dos últimos anos, chegando a mínimas próximas de 0°C. Bento Gonçalves registrou temperaturas abaixo de zero e sensação térmica de -5°C. Nevou em diversas cidades, como Gramado (RS), Farroupilha (RS), Garibaldi (RS), Vacaria (RS), Urupema (SC), Bom Jardim da Serra (SC) e São Joaquim (SC). Sendo que Urupema (SC) chegou a registrar -8 °C e Vacaria (RS) marcou -7,2º C.





As geadas ocorrem quando o ar frio, numa temperatura inferior a 0°C, se acumula ao nível do solo congelando todo o vapor de água assentado no solo ou na videira.




Se a geada é um fenômeno é responsável por enormes prejuízos no setor agrícola, por que não causou estragos nos vinhedos do RS e SC?
Porque nesta época do ano, inverno, as videiras estão na fase de hibernação. É o período de dormência, repouso vegetativo, no qual a planta diminui o seu metabolismo. Não tem folhas, tampouco uvas. Assim, esta geada de inverno não prejudica a viticultura.

Claro que temperaturas extremamente baixas, inferiores a -20°C, podem danificar seriamente a videira ou até provocar a sua morte, mas felizmente as temperaturas que tivemos no país não chegaram a tanto. O enxerto é a parte da videira mais vulnerável e em regiões onde o frio extremo representa risco, protege-se o enxerto cobrindo-o com terra numa técnica conhecida como “amontoa”, que é comumente utilizada no cultivo de tubérculos, como por exemplo a batata, só que neste caso é para protegê-la do sol.
Quando as geadas podem ser prejudicais à viticultura?
Na primavera, que é, como aprendemos na escola, a estação associada ao reflorescimento da flora terrestre. Nesta estação, por volta do final de agosto e setembro aqui no hemisfério sul, ocorre a brotação, que é o início da temporada de crescimento. Assim, as geadas de primavera são extremamente prejudicais, pois nesta fase podem matar os gomos que acabaram de brotar. E os danos provocados podem impactar seriamente a produtividade de um vinhedo.
Como minimizar o efeito prejudicial da geada de primavera?
De forma bem simplificada, em áreas fortemente sujeitas a incidência da geada, na previsão de iminente ocorrência deste fenômeno, como ele se dá com temperaturas baixas perto do solo, pode-se utilizar:
- Aquecedores ou fogueiras em tambores: aumentam a temperatura quando colocados ao longo da vinha para gerar calor
- Ventiladores: movimentam o ar mais quente “de cima” para o solo evitando que a temperatura embaixo fique próxima ao congelamento
- Aspersores: pulverizam água nas videiras que congela atuando como uma película protetora. Se no momento da ocorrência da geada as plantas estiverem molhadas, a água que envolve a planta será congelada se mantendo a 0°C, protegendo os tecidos vegetais, que consegue tolerar frios mais intensos. É um efeito semelhante ao que ocorre no iglu, a casa dos esquimós.
- Helicópteros: movimentam o ar evitando que a temperatura atinja o ponto de congelamento.
E de maneira geral, ajuda a prevenir a geada uma condução alta da videira mantendo-a mais distante do solo e plantar videiras em pontos mais altos de encostas evitando as depressões de terreno, já que o ar mais frio tende a se acumular mais nas partes mais baixas. Parece fácil, mas não é! Na natureza não há garantias, por isso é necessário trabalho árduo, dedicação e persistência.





Todas as fotos deste posts foram devidamente autorizadas e gentilmente enviadas pelos responsáveis por estes belos registros. Parabéns a todos por captar estas lindas imagens e obrigado por permitir compartilhar!
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