A viagem à Serra Catarinense fechou com chave de ouro, com a visita a Villaggio Conti, cuja localização é um pouco mais distante do centro de São Joaquim. Indo em direção a Urubici, fica na vila de Pericó. A estrada final não é muito boa, mas a viagem é compensada pelo super atendimento e pela qualidade dos originais vinhos elaborados exclusivamente com castas italianas.

A cantina e instalações da vinícola estavam em obras e outras áreas destinadas ao receptivo e atendimento aos visitantes também sofrerão considerável expansão. A gestão da vinícola é conduzida por Humberto Conti, engenheiro de alimentos, que é auxiliado por seus filhos Enrico Conti, engenheiro agrônomo; Bruno Conti, sommelier; e Luca Conti, gestor comercial.

A Villaggio Conti elabora vinhos utilizando unicamente castas italianas, como as tintas sangiovese, montepulciano, teroldego, pignolo, pinot nero, refosco dal pedunculo rosso e aglianico; e as uvas barncas vermentino, grechetto, malvasia, ribolla gialla e gewurztraminer.

Fomos recebidos pela gentil enóloga Camila Martins que nos contou sobre a história da vinícola, seus vinhos e projetos, numa conversa harmonizada com o agradável espumante Penúltimo e os frescos e agradavelmente aromáticos varietais brancos elaborados com grechetto e vermentino.

O espumante Penultimo possui um nome sugestivo e logo abaixo no seu rótulo aparece a explicação e incentivo motivacional para prosseguir: “Sempre ci sarà un’ altro” (sempre haverá um outro). Trata-se de um extra brut (teor de açúcar de 3,1-8g/l) elaborado pelo método charmat “longo”, no qual o líquido permanece em contato mais prolongado com as leveduras (“sur lie”), no caso 6 meses no tanque, que conferem mais volume de boca e cremosidade. São produzidas menos de 3000 gfs, utilizando as castas ribolla gialla, vermentino e glera (a mesma utilizada nos proseccos).

Em seguida prosseguimos para a sala de barricas, onde degustamos o branco ribolla gialla 2021 e os tintos sangiovese, montepulciano e pignolo, todos da safra 2020.

A ribolla gialla é utilizada para elaboração do Arancione que é o vinho laranja da Villaggio Conti. Uvas brancas vinificadas tal qual um tinto, ou seja, fermentação em contato com as cascas. Saiba mais sobre vinhos laranjas AQUI .  O pignolo será utilizado em varietal, possivelmente o único elaborado com a casta fora da Itália. Promete! A montepulciano é utilizada no Don Guino e um pouco no Rosso d’Alteza onde entra com 10% e o restante fica por conta da sangiovese (90%). Don Guino e Rosso d´Alteza são clássicos da Villaggio Conti.

Dois vinhos que me impressionaram foram o Pinot Nero 2020 e o Teroldego 2020. Ambos fazem estágio de 12 meses em barricas de carvalho americano.

E o grand finale ficou por conta do Capo Lavoro 2020, que significa obra-prima. Vinho licoroso com 18% de álcool, no qual a grechetto é coletada tardiamente para concentrar açúcares. É o Vin Santo Serrano, numa alusão ao clássico toscano!

A Villaggio Conti elabora vinhos originais que refletem a maravilhosa expressão das castas italianas na Serra Catarinense!  E vem por aí um “Super Serrano” que será um esperado sangiovese cortado com castas francesas, elaborado em parceria com seus “amici”  Leone di Venezia e  Villaggio Bassetti…

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