Decanter Wine Day/RJ: Chile em destaque com o melhor tinto de 2018!

A edição 2018 do Wine Day da Decanter no Rio de Janeiro teve como tema os vinhos chilenos. Todos os produtores daquele país, que fazem parte do catálogo da importadora, estavam representados no evento com os seus maravilhosos vinhos! Havia cerca de 50 rótulos do Chile. E para completar, além dos vinhos chilenos que estavam no térreo do simpático casarão, havia no segundo andar uma espécie de bônus, ou seja, uma seleção de vinhos de vários países que estavam divididos em 4 baterias: brancos, rosés, tintos e fortificados/doces.
Confiram algumas das ampolas memoráveis que cruzaram meu caminho!
ESPUMANTES
Logo na entrada fomos recepcionados com espumantes do portfólio da Decanter. Ótima abertura de trabalhos!

Como sabia que havia muita coisa boa pela frente, escolhi apenas 2 espumantes para iniciar minha hidratação:
- Ferrari Maximum Brut: velho conhecido e excelente espumante da região do Trento, elaborado pelo método tradicional utilizando apenas chardonnay;
- Liríca Crua da vinícola Hermann: sou fã incondicional dos espumantes brazucas, então minha segunda escolha não poderia ter sido outra, nem tinha como ser mais feliz. Agradável representante da Serra do Sudeste/RS, tem acidez gostosa e turbidez devido à presença de leveduras.
VINHOS DO CHILE
Estavam representadas as vinícolas abaixo:
EL PRINCIPAL
Vinícola localizada a uma hora de Santiago, nos pés da cordilheira, em Pirque, Vale do Alto Maipo. Região notória pela qualidade de seus cabernets sauvignons.
Produz apenas 3 tintos e todos eles estavam disponíveis no evento. Os 3 são excelentes, cada qual na sua categoria, e são compostos por cortes com predominância de cabernet sauvignon.
- Calicanto 2015: vinho de entrada. Corte composto por 57% cabernet sauvignon, 18% carménère, 9% syrah, 9% petit verdot e 7% cabernet franc;
- Memorias 2014: vinho intermediário. Corte composto por 45% cabernet sauvignon, 32% cabernet franc, 15% petit verdot e 8% petite sirah. Recebeu 93 pontos do guia Descorchados 2018;
- El Principal 2013: vinho ícone. Corte composto por 90% cabernet sauvignon, 7% petit verdot e 3% syrah. Recebeu 95 pontos do Descorchados 2018.
VIÑEDOS DE ALCOHUAZ
Outra vinícola surpreendente! Portfólio enxuto, levou apenas 3 vinhos. Entretanto, vinhos para lá de interessantes! Fica localizada no norte do Vale do Elqui, região de altitude com condições extremas de sol e seca. Lá se destaca a syrah. O enólogo é o conceituado Marcelo Retamal da vinícola De Martino.
- Grus 2014. Corte formado por 50% syrah, 26% garnacha, 14% petite sirah e 10% petit verdot. Recebeu 92 pontos do Descorchados 2018;
- Tococo 2016. É excelente. 100% syrah. Levou 97 pontos do Descorchados 2018, sendo eleito o melhor syrah do Chile e o 2º melhor tinto do país!
- RHU 2013. Complexo e formidável. Uvas “pisadas a pé” e fermentação em ovos de concreto. Composto por 64% syrah, 20% garnacha e 16% petite sirah. Foi eleito o melhor vinho tinto do Chile em 2018 pelo Descorchados, recebendo 98 pontos!

DE MARTINO
Parceira de longa data da Decanter, trouxe vários e bons rótulos, entretanto senti falta do seu agradável vinho laranja Viejas Tinajas. Como conheço bem seus vinhos, aproveitei para experimentar novidades e relembrar do seu clássico carménère:
- Vigno 2014. 100% carignan;
- Reserva Syrah 347 single vineyard 2016: uma agradável surpresa!
- Limávida 2011: distinto malbec chileno. Completam o blend: 5% carménère, 4% carignan e 1% tannat
- Legado Carménère 2015. Um clássico desta cepa chilena. Simples e faz bonito.
CALITERRA e TERRANOBLE
Duas vinícolas que também já integram o catálogo da Decanter há algum tempo. Ambas levaram muitos rótulos legais. Abaixo alguns cortes que se destacaram entre os que vinhos que degustei:
- Caliterra Edicion Limitada “A” 2010: 65% carménère, 32% malbec e 3%petit verdot ;
- Caliterra Cenit 2008: 34% malbec, 30% cabernet sauvignon, 21% petit verdot e 15% carménère;
- Terranoble Lahuen 2012: 59% carménère, 19% syrah, 11% grenache e 11% malbec.
BRANCOS SELEÇÃO DECANTER
Entre os brancos “não chilenos” havia cerca de 20 rótulos representando diversas regiões produtoras da França, Espanha, Portugal e Itália.
- Brunel de La Gardine 2016: Possui ótimo custo/benefício. Corte composto por castas brancas do Rhône: roussanne, clairette, viognier, grenache blanc, etc.
- Paul Blanck Riesling 2016. É um vinho que gosto muito, velho conhecido, cujo produtor tive a oportunidade de visitar quando estive na Alsácia.
- Muros Antigos Escolha 2016 de Anselmo Mendes. Ótimo frescor, vinho verde de excelente produtor. Corte composto por 40% loureiro, 40% avesso e 20% alvarinho.
- Alvarinho Contacto 2016 de Anselmo Mendes. Excelente, sou um fã de alvarinho e apreciador de longa data dos vinhos de Anselmo Mendes.
- Luis Cañas Blanco 2016. Agradável, possui excelente custo/benefício. Corte de 85% viúda e 15% malvasia.
TINTOS SELEÇÃO DECANTER
Entre os tintos “não chilenos” havia cerca de 40 rótulos do novo e velho mundo. Abaixo alguns destaques.
Novo Mundo
- Nova Zelândia: Craggy Range Pinot Noir 2016. Frutado e elegante pinot de país referência desta nobre casta no novo mundo. Mais info sobre as expressões da pinot fora da Borgonha em A pinot noir além do seu reino!
- Austrália: Kilikanoon The Cello Shiraz 2014. Potente, notas de tabaco predominam. Bom exemplar da expressão da casta no país.
- Uruguai: Bouza Tannat 2015. Ótimo custo benefício, é aquele vinho que não tem erro. Mais sobre a tannat nos posts O Uruguai e sua poderosa Tannat! e O Uruguai mostra a força de sua tannat no RWFF 2017.
Velho Mundo
- Portugal: Conde de Vimioso Reserva 2012. Interessante e redondo vinho do Tejo. Composto por 40% touriga nacional, 25% cabernet sauvignon, 25% syrah e 10% aragonês.
- Espanha: As suas duas mais famosas DOs, Rioja e Ribeira del Duero, estavam muito bem representadas pelos elegantes e encorpados Luis Cañas Reserva 2011 e Arzuaga Reserva 2011. Vinhos com longo estágio em barrica. Surpreendeu o Peique Viñedos Viejos 2011 da menos popular DO Bierzo. Produzido com 100% mencía, proveniente de vinhedos com cerca de 50 anos.
- França: Brunel de La Gardine 2016. Um bom custo/benefício do Rhône composto por 65% grenache, 20% mouvèdre e 15% syrah.
FORTIFICADOS/DOCES
Havia 5 opções: 2 Moscatéis de Setúbal, 2 vinhos do Porto e um Marsala. Como bebo vinhos do Porto com certa regularidade e já estava tirando meu time de campo, optei por fechar com chave de ouro com um belo Moscatel Roxo de Setúbal, Alambre 2011, do tradicional produtor José Maria da Fonseca. Um néctar, total equilíbrio entre álcool e doçura!
Balanço final: ótimo evento com excelentes vinhos e mais de 120 rótulos disponíveis para degustação.
2 Comments
Entre na discussão.
Que beleza Fernandinho! Vou usar como guia aqui para Curitiba. Fui no ano passado e foi o melhor evento do ano por aqui. O Alambre do JMF é fantástico.
Em 2017, os stands que mais fizeram sucesso foram da Eslovenia e Grécia, que geralmente ficam de fora do olhar com tanto vinho interessante a ser degustado.
Isso aí meu amigo! Como disse no post, o evento foi focado no Chile. Não perca El Principal e Viñedos de Alcohuaz! Grande Abraço.