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    Cadê a Alicante Bouschet?

    access_time Publicado em 3 de outubro de 2017
    update Atualizado em 14 de maio de 2020
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Brasil,Portugal

    Na ultima edição da feira “Vinhos do Alentejo” chamou minha atenção a ausência dos vinhos elaborados unicamente com a casta alicante bouschet, os chamados varietais ou monocastas como dizem os nossos amigos portugueses.

    Alicante bouschet é uma uva que foi criada por Henri Bouschet no final do século XIX. É resultante do cruzamento da grenache (garnacha) com a petit bouschet, sendo que esta última  foi criada pelo seu pai, Louis Bouschet, anos antes, através do cruzamento das uvas aramon com teinturier du cher. Especula-se que alicante entrou no nome supostamente como uma homenagem a cidade mediterrânea espanhola que Henri tanto prezava.

    É importante observar que no início mencionei que não encontrei VARIETAIS de alicante bouschet na feira Vinhos do Alentejo 2017, mas ela estava lá! Degustei diversos vinhos feitos com cortes nos quais a casta fazia parte. Abaixo estão alguns dos interessantes tintos que bebi na Vinhos do Alentejo 2017 que possuem a alicante bouschet na sua composição, inclusive muitos destes fizeram parte do meu top 7 do evento:

    O percentual exato de cada casta no corte nem sempre é informado pelo produtor, mas normalmente as uvas são listadas na ordem decrescente de sua participação, ou seja, as primeiras são as que estão em maior percentual na composição do vinho. Assim, dá para ter uma noção do grau de participação de cada casta no corte:

    • Tiago Cabaços Vinhas Velhas 2014  – aragonês, alicante bouschet e trincadeira;
    • Procura 2012 da Susana Esteban – 45% alicante bouschet e 55% castas tradicionais de Porto Alegre (Alentejo);
    • Marquês de Borba Reserva 2014 – aragonês, alicante bouschet, trincadeira e cabernet sauvignon;
    •  Esporão Reserva 2014 – alicante bouschet, aragonês, trincadeira e cabernet sauvignon;
    • Adega de Borbe Rótulo de Cortiça Grande Reserva 2011 – trincadeia e alicante bouschet;
    • Monte da Peceguina Tinto 2015 – touriga nacional, syrah, aragonês, alicante bouschet e cabernet sauvignon; e
    • Dona Maria Tinto 2014 – 50% aragonês, 20% cabernet sauvignon, 15% alicante bouschet e 15% syrah.

    Por ter sido criada em laboratório, a alicante bouschet não é nativa de nenhum país, entretanto fez do Alentejo seu lar! Devido a sua característica tintureira (além da casca, sua polpa também é tinta) é muito utilizada em cortes para conferir coloração mais intensa no vinho, estrutura e acidez.  Tem como característica ser uma uva de alto rendimento.

    Diferente das outras tintas, a Alicante Bouschet possui a casca e polpa tinta.

    Dúvida: criada por francês na França, não seria então uma casta francesa? Por que Alentejo?

    Nas palavras do grande enólogo Paulo Laureano numa entrevista concedida a Revista Adega ” Uma uva é boa porque consegue dar um bom teor alcoólico, boa acidez, boa estrutura, boa composição aromática. E o alicante bouschet só consegue fazer isso com duas premissas: número elevado de horas de sol e temperaturas elevadas. Por isso, é mais do que uma uva portuguesa, é uma uva alentejana. Porque o Alicante só tem a expressão enológica que tem, no Alentejo”

    Algumas memoráveis ampolas varietais desta maravilhosa casta ALENTEJANA que já cruzaram meu caminho:

    • AB da Herdade do Esporão – Bebi a primeira vez na própria Herdade e depois em algumas outras oportunidades em Portugal, por aqui não é fácil encontrá-lo;
    • Júlio B. Bastos – Produção pequena. Vinhaço. Degustei pela primeira vez, há alguns anos, numa feira promovida pelo seu importador anterior e posteriormente quando estive na Dona Maria. Infelizmente não é um vinho econômico e é difícil de encontrar no Brasil; e
    • Tiago Cabaços – Velho conhecido que acompanho há algumas safras, nunca me decepcionou. Ótima relação custo/benefício.  Não é difícil de encontrar no mercado brasileiro.

    Só para lembrar, no Brasil temos um interessante varietal feito com a casta tintureira do Alentejo, produzido no sul do país pela Pizzato desde a colheira de 2004, sendo que a partir de 2014 passou a se chamar Veludo Azul e a cada safra tem se mostrado melhor.

    Assim, como fã desta casta, espero que na próxima edição, seja possível também encontrá-la sozinha, protagonizando absoluta em algumas ampolas monocastas, ora pois!

    Experiência memorável com AB no Alentejo: Menino Antonio 2008 da Herdade da Malhadinha Nova

     

    Um AB monocasta bem interessante da Península de Setúbal que degustei na vinícola. Saiba mais clicando AQUI.

     

    Outras uvas tintureiras. Fonte Wine Folly

     

    Veja o meu Top 7 de  brancos e tintos da Vinhos do Alentejo 2017 clicando AQUI.

    Mais sobre os vinhos alentejanos, no post O vasto Alentejo.

    A edição 2017 da Vinhos do Alentejo Brasil foi realizada em 4 cidades: Recife, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo.

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    2 Comments

    Entre na discussão.

    • Andre Thozeski disse:
      26 de julho de 2020 às 01:22

      Prezados, compartilho com alegria que há um excepcional Alicante Bouschet de uma pequena vinícola gaúcha! Conheça em https://www.vinicolasantabarbara.com.br/romano-cadetto?pgid=jnq0qjj4-c9c70ad6-8e82-46f3-8f53-dfc379bc24e0

      Responder
      • Vinhos com Fernando Lima disse:
        27 de julho de 2020 às 13:59

        Caro Andre, obrigado por compartilhar conosco. este eu ainda não degustei. Abs

        Responder

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