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    NOVO CHILE WINE WEEK

    access_time Publicado em 17 de agosto de 2019
    update Atualizado em 8 de dezembro de 2021
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Chile

    Em sua primeira edição, a NOVO CHILE WINE WEEK mostrou para o que veio e sem dúvida já se posicionou entre os melhores e mais interessantes eventos de vinho da cidade do Rio de Janeiro.

    Da série de eventos que marcaram a semana, destaco a Master Class ocorrida na ABS-Rio com a presença de 7 enólogos e a Premium Tasting, que foi o grande ápice da programação, consistindo numa agradável e dinâmica feira de degustação na qual os 7 produtores participantes, com a presença de seus enólogos, apresentaram seus vinhos ao público carioca.

    O grupo NOVO CHILE é formado por pequenos produtores que, com estilo moderno, elaboram vinhos de qualidade com bastante personalidade, buscando explorar novos terroirs e microclimas, muitos ainda selvagens, bem singulares e diferenciados, além de resgatar vinhedos centenários do país, como por exemplo os da carignan (cariñena) e buscar práticas sustentáveis de produção.

    O criativo logo do NOVO CHILE formado pela distorção do mapa do país.

    O time que desembarcou no Rio era composto por Trapi, Villalobos, La Recova, Laura Hartwig, Alchemy, OWM e Bowines, todos com vinhos muito bem pontuados pelos principais críticos do mundo e guias especializados, entre eles, o Descorchados, que é a referência dos vinhos sul-americanos.

    As 7 vinícolas participantes

    Todos os participantes do NOVO CHILE figuram entre as 125 melhores vinícolas do Chile, segundo o crítico britânico e master of wine, Tim Atkin. Fato curioso é que a opinião de Atkin com relação ao vinho chileno já foi bem morna e, na minha opinião, completamente equivocada. Ele, há cerca de 6 anos, no jornal inglês The Guardian, comparou pejorativamente o Chile ao carro Volvo, dizendo que “Chile is like a Volvo: Safe, reliable but boring option for wine drinkers” (Chile é como um Volvo: Seguro, confiável mas opção chata para os bebedores de vinho).

    Atualmente, Tim Atkin pensa bem diferente, se rendendo à qualidade dos vinhos chilenos e tornando-se um dos seus maiores entusiastas. Recentemente ele percorreu o país de norte a sul, rodou mais de 3.000 km e degustou mais de 1.000 vinhos. Completamente excitado com o que viu, garantiu que vai voltar todo ano e no The Guardian afirmou que o Chile mudou de Volvo para um carro esportivo (“From a Volvo to a sports car: Chile revs up”), ironizando sua própria declaração que agora faz parte do passado.

    Tim Atkin postou com muito bom humor no seu instagram brincadeira que amigos produtores chilenos fizeram com ele em recente  viagem ao Chile.

    Claro que os grandes produtores chilenos continuam mantendo consistência na produção de vinhos da mais alta qualidade e fazendo um belo trabalho, mas, iniciativas de grupos como MOVI (Movimiento de Viñateros Independientes), VIGNO (Vignadores de Carignan) e Novo Chile são muito bem vindas e mostram o enorme potencial do terroir chileno, que tem muito a nos oferecer e a ser descoberto, seja por pequenos ou grandes produtores, o que importa é o resultado: vinhos de qualidade! E foi o que vimos no NOVO CHILE WINE WEEK!

    Diversas publicações estrangeiras dando destaque ao novo estilo de vinhos do Chile

    David Giacomini, curador do evento e único brasileiro entre os produtores participantes, fez um trabalho bem bacana e foi muito feliz ao dividir as vinícolas em 3 categorias:

    1. Castas Patrimoniais
    2. Clássicos Reinterpretados
    3. Terroirs Extremos

    CASTAS PATRIMONIAIS

    Referência a um movimento de resgate do patrimônio vitivinícola do Chile, com valorização das videiras antigas e originais do país. Representando esta categoria estava a Bowines.

    BOWINES

    O enólogo Alvin Miranda e Joana Rangel do Divina e Vinho, “madrinha” da BOWINES

    Projeto do enólogo Alvin Miranda que fundou a vinícola em 2012 no Vale do Maule depois de trabalhar por 15 anos na Europa em diversas empresas vitivinícolas. Grande entusiasta da carignan (ou cariñena), trabalha resgatando vinhas velhas da casta, existentes muito antes do cultivo de cabernet sauvignon e merlot. Apresentou 4 vinhos:

    1. Fillo Malbec 2017 e Fillo Carignan 2017. A linha Fillo não passa por madeira, expressando bem a fruta. São vinhos agradáveis e fáceis de beber
    2. Malcriado 2016. Corte composto por 75% Carignan originário de vinhedos com 60 anos e 25% cabernet de vinhedos com 30 anos. Recebeu 92 pts James Suckling, 90 pts Tim Atkin, 90 pts Robert Parker e 90 pontos da edição 2019 do Descorchados. Foi o que mais gostei deste produtor
    3. Carae 2016. Carae, pode parecer “engraçado” em português, mas é o nome de um assentamento pré-romano que existia na região de Aragón na Espanha, que deu origem a variedade cariñena (ou carignan). Elaborado exclusivamente com carignan, este vinho é mais complexo que a linha Fillo e faz estágio de 18 meses em barricas de carvalho usado. Vinho revelação do Descorchados edição 2018, sendo que esta safra recebeu 92 pontos do guia.

    CLÁSSICOS REINTERPRETADOS

    Referência às vinícolas que fazem uma releitura das castas clássicas sem deixar de lado o toque artesanal de produção, com mínima intervenção do homem. Nesta categoria se enquadram as vinícolas Laura Hartwig, Alchemy e OWM.

    LAURA HARTWIG

    Localizada no Vale do Colchagua, permaneceu anos vendendo uvas a terceiros até começar a produzir seu próprio vinho, buscando não fazer uso excessivo da madeira. Cultiva de forma sustentável cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot, carménère, malbec, syrah e petit verdot. É sem dúvida o produtor mais premiado do NOVO CHILE WINE WEEK e foi o que trouxe mais rótulos. Todos muito bons. Os vinhos estavam sendo apresentados pelo enólogo Renato Czischke e pela super simpática Andrea Ilabaca, gerente comercial. Degustei muita coisa boa aqui!

    • Laluca Malbec 2018 e Laluca Merlot 2017. Dois vinhos de entrada de gama agradáveis e despretensiosos para se beber jovem. O Malbec recebeu 91 pontos da edição 2019 do Descorchados.
    • Single Vineyard Cabernet Sauvignon 2017 e Single Vineyard Carménère 2017. Linha clássica da vinícola que produz bons rótulos varietais de uvas provenientes de um só vinhedo. Dentro da proposta, gostei dos dois.
    • Selección del Viticultor foi a linha que mais gostei. Degustei o Cabernet Franc 2017, o Cabernet Sauvignon 2017 e o Petit Verdot 2015.  O Cabernet Franc e o Petit Verdot figuraram entre os meus favoritos da NOVO CHILE WINE WEEK. 
    • Edición de Família 2015. Outro grande vinho da noite. Corte composto por 54% cabernet sauvignon, 25% malbec, 12% petit verdot e 9% cabernet franc. Promete ainda ficar melhor ao evoluir na garrafa. Recebeu 94 pts de Tim Atkin, 95 pts de James Suckling e 94 pontos da edição 2019 do Descorchados.

    ALCHEMY

    Eduardo Camerati, enólogo da Alchemy

    Produz vinhos de maneira artesanal, “hechos a mano” como se orgulham de dizer e conduzidos por gravidade, sem filtração ou estabilização. Eleita a melhor vinícola de pequenas produções do Chile e também o melhor Carménère no Catad´Or de Santiago. Infelizmente esse carménère não estava no evento. O enólogo Eduardo Camerati apresentou 2 vinhos interessantes:

    • Parróne Syrah 2016 do Colchagua Valley
    • Alchemy Grand Cuvée 2015 do Cachapoal Valley. Corte composto por 55% cabernet sauvignon, 30% carménère, 10% syrah e 5% malbec.  Complexo e persistente passa 24 meses em barricas de carvalho francês.

    OWM

    Vinícola de produção muito pequena localizada no Vale de Panamá em Colchagua que possui microclima distinto das demais localidades do vale. O enólogo José Antônio Bravo, que já trabalhou em diversas vinícolas do Chile e passou pela Califórnia e Argentina, nos apresentou 2 rótulos:

    • Pillo de Panama 2016. Corte composto por 60% Cabernet Sauvignon e 40% Syrah, que são cofermentados, ou seja, as castas são fermentadas em tanques de inox e tanques de cimento juntas e não separadamente para fazer o corte ao final. Não passa por madeira. O resultado é um agradável vinho com personalidade.
    • OWM Hand Made 2016. É a 4ª “versão” deste interessante corte elaborado em pequena escala que na safra 2016 foi composto por 37% carménère, 23% cabernet sauvignon, 14% syrah, 12% petit sirah, 9% tempranillo e 5% petit verdot.

    TERROIRS EXTREMOS

    Último grupo, é uma referência às condições mais extremas de produção. As vinícolas classificadas nessa categoria estão em novas fronteiras vitivinícolas, ocupam os terrenos de forma diferenciada, ‘estressam’ as videiras que são plantadas em locais onde até pouco tempo era inimaginável cultivar vinhedos. Nesta categoria se enquadram as vinícolas Trapi, Villalobos e La Recova.

    TRAPI DEL BUENO

    Localizada na Patagônia Chilena na mesma linha do paralelo que cruza Neuquén e Rio Negro na vizinha Argentina, está no limite geográfico de onde é possível cultivar videiras, sendo a vinícola localizada na zona mais austral do Chile. Elabora vinhos com uvas de clima frio como pinot noir, sauvignon blanc, riesling e chardonnay, que receberam alta pontuação na edição 2019 do Guia Descorchados, todos mais de 93pts. O Enólogo Rodrigo Romeiro apresentou apenas um vinho:

    • Hand Made Pinot Noir 2017. Maravilhoso, com boa fruta, acidez vibrante e médio corpo. Também ficou entre os vinhos que mais curti.

    VILLALOBOS

    Vinícola que pratica a cultura de mínima intervenção do homem. Suas videiras cresceram silvestres de forma livre, soltas no meio do mato, sem poda nem aplicação de nenhum produto químico. O enólogo Martin Villalobos apresentou 3 dos seus vinhos:

    Rótulos muito bonitos!
    • Viñedo Silvestre Carignan 2017. Outro que ficou entre os meus preferidos do evento. Agradável, bem equilibrado com acidez gostosa na boca. Bela expressão da carignan. A safra 2015 recebeu 92 pts RP.
    • Lobo Carménère 2017. Bom exemplar de carménère elaborado de maneira natural. 92pts no Descorchados.
    • Zorrito Salvage 2016. Blend Tinto composto por 50% da uva país e 50% cinsault. 93 pts no Descorchados.
    O enólogo Martin Villalobos e Sabrina Trézze do Vila Vinífera, “madrinha” da Villalobos

     

    LA RECOVA

    David Giacomini, produtor e curador do NOVO CHILE WINE WEEK

    Localizada na região mais fria do Vale de Casablanca. Especializada na uva sauvignon blanc, trabalha muito bem a casta tendo já recebido pontuação alta no Guia Descorchados As videiras são separadas por apenas 80 cm. constituindo o vinhedo de Sauvignon Blanc de maior densidade de plantação do Chile.  Único brasileiro entre os produtores do evento, o proprietário da La Recova Vineyard, David Giacomini, nos apresentou 2 interessantes vinhos de sua produção de boutique:

    • Avid Sauvignon Blanc 2016. Agradável no nariz, boa fruta e acidez gostosa na boca. Único vinho branco do evento, fez bonito.
    • Obstinado Rosé Demi-sec 2016. É um rosé com doçura elaborado a partir de sauvignon blanc! Como? Na fermentação entra rapidamente em contato com cascas de syrah. Original. Às cegas, ninguém diz que é sauvignon blanc!

    Os participantes foram presenteados com uma bela taça ISO com o logo do NOVO CHILE.

    Os enóogos e produtores. Que venham muito ao rio!

    Aguardamos a próxima edição do NOVO CHILE WINE WEEK!

    Todos os vinhos podiam ser adquiridos com 30% de desconto durante o evento!!!!
    Joana Rangel e Sabrina Trézze “madrinhas” que trabalharam intensamente no NOVO CHILE WINE WEEK
    Me flagraram em plena ação. Foto não autorizada!!!! Rsrsrsrs

     

     

     

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