Por que a passagem por madeira?
O estágio em barricas de carvalho confere ao vinho aromas próprios da madeira, afina os taninos e ajuda na estabilização.
Os primeiros recipientes de madeira começaram a ser utilizados apenas no transporte do vinho, cerca de 200 anos a.c., para substituir as antigas ânforas de barro, pois eram recipientes mais resistentes e impermeáveis. Hoje, os barris de carvalho são recursos enológicos fundamentais para a produção de vinhos, mas como são aparatos caros, são normalmente usados na produção dos vinhos que merecem e podem se beneficiar de suas propriedades.
As barricas de carvalho mais utilizadas são as americanas e francesas. O carvalho americano confere aromas mais intensos que o francês com notas de baunilha, coco e taninos mais fortes. O carvalho francês passa ao vinho características mais elegantes e complexas em termos de aromas (defumado, caramelo, amêndoa…) , além de taninos mais suaves que o americano.
O carvalho francês é recomendado para vinhos nos quais se busca mais a sutileza do que a potência. Muitos produtores utilizam os dois tipos de barricas e fazem com que parte do vinho faça estágio na americana e parte na francesa, buscando trabalhar seu produto com um pouco de cada característica.
Além do tipo de madeira, quanto mais novo o barril, mais aromas são transmitidos ao vinho, assim como mais taninos. Os barris novos também permitem maior oxigenação da bebida do que os barris velhos, já que os poros da madeira ainda não estão obstruídos pelos depósitos de vinho que já passaram por ali. Daí a relevância quando o produtor diz que determinado vinho estagiou somente em barrica nova, ou seja, de 1º uso. Quando esta for utilizada pela segunda vez, será de 2º uso e assim sucessivamente. Em geral, as linhas mais premiuns de uma vinícola passam somente por barricas novas (as de 1º uso), e as demais linhas, utilizam barricas de 2º e 3º uso, conforme a intensão do enólogo. E obviamente, há os vinhos que não passam por madeira.
Há também barricas de carvalho húngaro e esloveno, mas são utilizadas em menor escala. São mais baratas que as barricas francesas, porém, em geral, mais caras que as americanas. Conferem características mais intensas e menos sutis que o carvalho francês.
Resumidamente podemos destacar 4 fatores que influenciam as características, sabores e notas que a madeira da barrica irá aportar no vinho:
- Origem do carvalho: francês, americano, húngaro, esloveno…
- Estado da barrica: nova ou usada
- Fabricação do barril: o “Grau de tosta” da barrica que é basicamente a temperatura e o tempo de exposição ao calor que são submetidas as aduelas de carvalho para que “amoleçam” e fiquem maleáveis para moldar o barril.
- Tamanho da barrica: Quanto maior a barrica, menor é a superfície de contato do líquido com a madeira, assim quanto menor a barrica, maior será a influência da madeira no vinho. O padrão são barricas de 225 litros que remetem historicamente ao galão inglês, sendo que equivalem ao volume de 300 ampolas de 750 ml (0,75 litros).
Deixe uma resposta