Vinho Verde Wine Fest, Alvarinhos e muito mais!
A edição 2017 do Vinho Verde Wine Fest Rio de Janeiro confirmou o que muitos enófilos já sabiam: o Vinho Verde é a cara do Rio! São vinhos alegres, refrescantes, descontraídos, vibrantes e possuem ótimo frescor . Ou seja, casamento perfeito com as altas temperaturas comumente registradas na cidade.
O Vinho Verde é aquele produzido exclusivamente na região demarcada dos Vinhos Verdes que se estende por todo o noroeste de Portugal, na zona entre os rios Douro e Minho, onde este último estabelece, ao norte, a fronteira natural com a Espanha.
O nome “Vinho Verde” não tem nenhuma relação com a cor do vinho, que pode ser branco, tinto ou rosé. Sua origem remete ao passado, pois antigamente ele era realmente feito com uvas verdes, ou seja, uvas que não amadureciam convenientemente, dando um vinho mais ácido e de baixo teor alcoólico. Atualmente o Vinho Verde é feito com uvas maduras e evoluiu muito. O produto não é o mesmo de décadas passadas, resultado do investimento em técnicas modernas de condução da vinha e produção, nova geração de enólogos e a profissionalização de toda a atividade. Hoje, Portugal prefere associar o termo verde às características naturais da exuberante região minhota que o produz, vasta de paisagens densamente verdejantes.
Os melhores Vinhos Verdes, sem dúvida, são os brancos. São vinhos fácies de beber, joviais, leves (teor alcóolico moderado), aromáticos (bem frutados) e frescos. Algumas vezes, podem ser um pouco frisantes, contendo gás. Em geral, não são vinhos de guarda, portanto opte por safras mais recentes.
Na Vinho Verde Wine Fest Rio de Janeiro 2017 havia quase 20 produtores/expositores que trouxeram uma boa variedade de vinhos. Abaixo, alguns dos produtores cujos vinhos achei interessantes:
As principais castas brancas utilizadas são Loureiro, Alvarinho, Arinto (conhecida localmente por Pedernã), Avesso e Trajadura. Geralmente são utilizadas na forma de corte. Como varietais, a Arinto, a Loureiro e a Alvarinho são as mais comuns. A Loureiro é plantada em praticamente toda a região e a Alvarinho, é um caso especial no universo dos vinhos verdes, a jóia do Minho e uma das minhas castas brancas favoritas. Seus vinhos são mais estruturados e complexos. E como prova de amor, dedicarei um post futuro só para ela!
Na Vinho Verde Wine Fest tive a oportunidade de beber alguns varietais da casta Avesso que muito me agradaram. Correndo risco de cometer algumas injustiças, abaixo algumas das ampolas que achei mais interessantes, dentre as que degustei:
Alguns enólogos estavam presentes e eles realmente fazem o diferencial ao apresentar os vinhos que produzem. Dentre os que tive oportunidade de conversar, destaco a atenciosa Joana de Castro, enóloga da Quinta de Lourosa. Sempre simpática, era incansável em apresentar seus vinhos e tirar as dúvidas dos mais interessados.
Quem tiver oportunidade, recomendo muito conhecer a região dos Vinhos Verdes. O enoturismo está muito bem estruturado. A Rota dos Vinhos Verdes oferece várias opções para explorar a região, passando por diversas cidades patrimônio da humanidade e Quintas produtoras de vinho. Viana do Castelo ou a fantástica Guimarães podem servir de base. Ponte de Lima, Ponte da Barca, Amarante, Melgaço e Monção também merecem uma visita.
Não dá para falar em Vinhos Verdes no Brasil sem mencionar o pioneiro Casal Garcia, produzido pela Quinta da Aveleda, que é líder na exportação de Vinhos Verdes, graças a este mundialmente famoso rótulo. O Casal Garcia é um vinho muito simples, econômico e que está presente em mais de 70 países. Já a linha superior, que leva o nome Aveleda, é bem mais interessante e possui cortes de Loureiro, Alvarinho e Trajadura, além de varietais destas. Visitar a propriedade e os belíssimos jardins da Quinta da Aveleda é um programa recomendado a todo turista brazuca.
Vinhos Verdes são sempre uma boa pedida para climas quentes como o do nosso país e vão muito bem como aperitivo ou acompanhando frutos do mar e pescados. Basta abrir uma boa ampola e conferir.
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2 Comments
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Ótimo post, Fernando! Um dia quero fazer essa rota, parabéns!
Obrigado, Joana. Você vai gostar muito!