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    Vinícola Góes: Vinhos Finos em São Roque (SP)

    access_time Publicado em 5 de janeiro de 2021
    update Atualizado em 7 de setembro de 2023
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Brasil,Colheita de Inverno (Dupla Poda),Turismo,Vinícolas

    Praticamente no último dia do ano, como estava em São Paulo, não poderia perder a oportunidade de conhecer um bom produtor da região de São Roque no interior paulista, a pouco mais de 60km da capital.  São Roque possuí longa tradição na produção de  vinhos de mesa, mas alguns produtores vêm investindo e se desenvolvendo também na elaboração de vinhos finos, como o caso da Vinícola Góes que visitei.

    Importante lembrarmos, de forma bem simplificada, algumas definições:

    • Vinho Fino é aquele elaborado com uvas viníferas (videiras da espécie vitis vinifera), que são aquelas que possuem pelo menos 1/3 de concentração de açúcar em relação ao seu volume. Das videiras vitis vinifera provém praticamente todas as uvas mais conhecidas, de origem euroasiáticas, empregadas na vinificação há milênios.  Ex: cabernet sauvignon, merlot, syrah, cabernet franc, chardonnay, sauvignon blanc, malbec, touriga nacional, etc.

    • Vinho de Mesa é aquele elaborado com uvas “não viníferas” (vitis labrusca, vitis bourquina ou híbridas, normalmente americanas). Ex: lorena, niágara, goethe, isabel, bordô, concord, etc. O vinho de mesa representa cerca de 70% de todo o  vinho consumido no Brasil.
    • Cruzamento é quando uma nova variedade de uva é produzida a partir de 2 plantas mães da mesma espécie, sendo geralmente, as duas  da espécie vitis vinífera;
    • Uva Híbrida é aquela proveniente de  videira cujas plantas mães provêm de 2 espécies de videiras diferentes, uma vitis vinifera e a outra americana; e
    • Clone é aquela uva que sofreu mutação, ou seja, uma variação genética, mas que continua pertencendo a mesma casta da original.

    A uva branca lorena é a mais plantada em São Roque. Trata-se de uma uva híbrida, desenvolvida pela Embrapa, através do cruzamento entre a vitis vinífera malvasia bianca e a híbrida seyval. É uma uva de alta produtividade e bastante resistente a pragas que costuma gerar vinhos de mesa bem aromáticos e com acidez marcante.

     A Vinícola Góes elabora vinhos de mesa a partir das uvas bordô e lorena e vinhos finos utilizando diversas castas, entre elas cabernet sauvignon, cabernet franc, malbec, syrah e sauvignon blanc, além de possuir também uma linha de espumantes. É uma empresa brasileira, fundada em 1938, por família de origem portuguesa, que possui sede administrativa em São Roque, onde estão localizados alguns dos seus vinhedos e unidades produtivas, mas possui também operação e vinhedos em Flores da Cunha/RS, em sociedade com a Família Venturini. Na unidade de São Roque há uma grande estrutura enoturística com diversas opções de degustação, passeios pelos vinhedos, piqueniques, dois restaurantes e um belo lago com carpas e paisagismo ao redor.  O complexo conta também com uma  loja onde os vinhos, sucos  e diversos produtos podem ser adquiridos.

    Visitamos os vinhedos, cantina e instalações da propriedade. Muito interessante foi conhecer o “Vinhedo Experimental” no qual são feitos estudos e análises com diversas castas. No momento, entre outras, estão sendo testadas ancellota, marselan, alvarinho e verdelho.

    A Vinícola Góes conduz seus vinhedos  através do ciclo normal da videira (colheita no verão) mas também trabalha com a colheita de inverno, ou seja, utilizando-se a técnica da dupla poda, na qual inverte-se o ciclo natural da videira, fazendo-se uma primeira poda em setembro e, uma segunda, em janeiro ou fevereiro. Assim, a colheita ocorre no inverno, época em que o clima local oferece condições ideais e chove pouco.

    Degustamos os espumantes brut rosé e brut branco da linha Saint Tropez que são elaborados em São Paulo pelo método charmat e o espumante Vivere que é elaborado através do método tradicional, na unidade de Flores da Cunha (RS).

     

    O espumante Saint Tropez brut e o Vivere são blanc de blanc, ou seja, são  elaborados somente com a chardonnay. Já o rosé é um corte composto por  chardonnay e cabernet franc. A linha Saint Tropez possui um açúcar residual bem marcante, sendo o Vivere o espumante que mais gostei. Recebeu medalha de ouro na Grande Prova Vinhos do Brasil 2019 (GPVB 2019).

    Degustamos também 2 vinhos brancos, 1 rosé e 3 tintos de diversas linhas:

    • Tempos de Góes Lorena que possui boa acidez e pronunciada intensidade aromática.
    • Tempos de Góes Sauvigon Blanc 2019  me impressionou pelo seu frescor e expressão aromática com agradáveis notas cítricas e de maracujá. Como estava um pouco mais gelado, incialmente se mostrou contido, mas logo foi se revelando. Foi o vinho da Góes que mais gostei. Recebeu 90 pontos no concurso internacional da Decanter e medalha de ouro na Wines of Brazil Awards.
    • Pétalas Rosé Cabernet Franc 2020 se mostrou bastante aromático.
    • Tempos de Góes Malbec Reserva 2019. Elaborado 100% com malbec cultivada em São Roque, 50% do lote por 4 meses em carvalho francês e americano de 2º e 3º uso. Elaborado com uvas de colheita realizada no ciclo normal (verão).
    • Míneres Syrah 2017. Uvas cultivadas em Andradas/MG e vinificado em São Roque/SP. Recebeu medalha de ouro na Wines of Brazil Awards.
    • Philosophia Cabernet Franc 2018. 100% das uvas são de São Roque com colheita de inverno (junho 2018). Faz estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês de 1º uso. Possui agradável nariz e médio corpo.

    A Vinícola Góes possui uma linha chamada SIMIS que é resultado de um projeto desenvolvido em parceria com a chilena Viña Santa Irene, localizada no Vale do Curicó, onde são elaborados vinhos com carmenère e cabernet sauvignon.

    Fui gentilmente recebido por Luciana Coelho, responsável pelo marketing, e pelo diretor comercial da vinícola, Luciano Lopreto, que também é colega engenheiro químico. A degustação foi conduzida pelo somellier Erico.

    O amigo Rogério Dardeau, que conhece o terroir brasileiro como ninguém, me passou preciosas dicas sobre a região. Infelizmente não pude segui-las na íntegra por pura falta de tempo, mas são motivos mais do que suficientes para voltar….  Aliás, recomendo sempre a leitura de seu recente e imperdível livro: Gente, Lugares e Vinhos do Brasil (Clique AQUI e saiba mais). É o livro referência do Vinho Brasileiro!

    Por fim, vale consultar o site do Roteiro do Vinho de São Roque que possui diversas informações sobre as vinícolas  e restaurantes da região.

     

    PÓS CRÉDITOS

    Na 2a vez que visitei a região, visitei outros produtores (Bella Quinta, Quinta do Olivardo e Don Patto) clique AQUI e confira no Instagram!

    Mais recentes Três décadas de Lote 43: degustação vertical das safras 1999, 2008 e 2018 com Adriano Miolo
    Mais velho/a Villa Santa Maria: Vinhos da Serra da Mantiqueira-SP

    2 Comments

    Entre na discussão.

    • Renato disse:
      10 de janeiro de 2021 às 00:23

      Interessante seu post, mas ainda custo a acreditar que possa sair algo de qualidade de São Roque. Provei alguns uns anos atrás e foram os piores vinhos da minha vida. Nem suco de uva de lá consegui beber de tão artificial que era.

      Mas quem sabe boas iniciativas consigam se desenvolver com o tempo.

      Responder
      • Vinhos com Fernando Lima disse:
        17 de janeiro de 2021 às 20:15

        Caro Renato, fico feliz que tenha gostado do meu post. Como coloquei no texto, São Roque tem tradição nos vinhos de mesa, sendo recente a elaboração de vinhos finos na região, portanto há um longo caminho a ser trilhado. Entretanto, bons resultados já podem ser encontrados como por exemplo o SB da Góes que mencionei no post. Grande abraço.

        Responder

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