O Vinho Rosé pelo mundo!

Rosé é aquele vinho que não é branco nem tinto, mas apresenta características dos dois. Possui a acidez e o frescor dos vinhos brancos, mas também notas de flores e frutas vermelhas que nos remetem aos tintos e, tais quais estes últimos, contêm taninos, mesmo que em concentrações mais baixas. E a bela cor? Pode estar mais próxima do vinho branco ou mais para o tinto. O vinho rosé possui uma coloração apaixonante que vai desde o rosa bem pálido até tonalidades mais alaranjadas, passando por salmão e cobre.
Sabemos que o que dá cor ao vinho é a casca (pele) da uva tinta, ou seja, o contato com a pele da uva durante sua elaboração. Assim, os rosés são elaborados com uvas tintas, mas passam por breve contato pelicular que pode ser antes ou durante a fermentação. A variação de tonalidade de sua coloração se deve ao tempo em que a casca da uva é mantida em contato com o líquido e aos processos de elaboração do vinho. Resumidamente pode-se obter vinhos rosés das seguintes formas:
- Prensagem direta: As uvas tintas são esmagadas e prensadas como na produção de vinhos brancos, mas são separadas logo de suas peles. Extrai-se muito pouca cor e a vinificação segue tal qual a dos vinhos brancos.
- Maceração curta: As uvas tintas são esmagadas e suas cascas ficam em contato com o líquido, macerando, geralmente por algumas poucas horas e, em seguida, as cascas são separadas (descuba) e as demais fases da produção são semelhantes às do vinho branco.
- Sangria: O método se inicia similar à produção de vinhos tintos, ou seja a fermentação se dá com contato pelicular. Só que quando inicia a fermentação, ou seja as leveduras começam a transformar o açúcar da uva em álcool, uma parte do líquido (sem as cascas) é retirada para a elaboração do rosé. O restante continua o processo de fermentação em contato com as cascas para obter-se ao final vinho tinto. Ou seja, sangra-se uma parte do líquido logo após o início da fermentação para obter rosé, e o restante (líquido e cascas) continua fermentando e segue o fluxo de elaboração de vinho tinto que será mais concentrado.
- Mistura: Mistura-se vinho branco com tinto. Método menos utilizado, e alguns enólogos dizem que a mistura resulta num rosé de qualidade inferior. Entretanto, é o método utilizado para a elaboração do vinho base dos Champanhes rosés.

DICAS ENOAMIGAS
- Vinho rosé não fica melhor à medida que envelhece. O ideal é ser consumido nos seus 2-3 primeiros anos. Atenção ao ano da colheita indicado no rótulo.
- Vinho rosé deve ser consumido ligeiramente fresco, entre 10-13 graus. Balde de gelo ou geladeira antes de ser servido ajudarão na experiência.
- Em geral, o vinho rosé possui boa relação custo x benefício.
- É ideal para aperitivos, início de trabalhos, recepções informais e para acompanhar comidas leves (saladas, pescados, frutos do mar, etc). Útil para as comidas onde um tinto seria muito e alguns vinhos brancos seriam pouco, como por exemplo, pratos de atum ou salmão e massas, dependendo do molho.
A França é um dos países onde mais se consome vinhos rosé. Basta entrar na primavera que os europeus de um modo geral danam a beber rosé! Na França, gosto dos produzidos em Tavel e Lirac no Rhône, mas sem dúvida os da Provence são os mais conhecidos e possuem reputação mundial. Conquistam até celebridades de Hollywood e do Rock’n’Roll que adquirem propriedades no sul da França para elaborar seus próprios rosés.



Mas, vamos deixar a França para um post futuro, pois a proposta aqui é mostrar que há sim ótimas opções de vinhos rosés elaborado em todo o mundo! Vamos conferi-las!
ROSÉS NO BRASIL
Infelizmente, por aqui o consumo de vinho rosé é muito baixo. Uma pena, pois são bem adequados para o nosso clima e produzimos vinhos da mais alta qualidade em todo o nosso país: RS, SC, SP, MG… Dá para ficar no rosé brazuca tranquilamente e ser muito feliz!



ARGENTINA
Na Argentina normalmente os rosés são elaborados com a malbec e os hermanos possuem ótimos exemplares:

CHILE
Boas opções também são produzidas no Chile. Abaixo dois que considero bem originais e de alta qualidade:

PORTUGAL
Em Portugal também são elaborados rosés em todas as regiões produtoras do país, de norte a sul, ou seja, desde a Região dos Vinhos Verdes até o Alentejo. São elaborados rosés varietais (os monocastas, como chamam por lá) ou com cortes de diversas uvas, que em Portugal se diz que são vinhos de lote.


ITÁLIA
São também produzidos em todo o país com as mais variadas castas. Abaixo algumas boas experiências que tive, principalmente com os sicilianos:
ESTADOS UNIDOS
Na Califórnia bebi bons rosés das mais variadas castas. Lembrando que White Zinfandel é vinho rosé, ou seja, não tem nada de white.

ROSÉS PELO MUNDO
Abaixo mais alguns que me trazem boas lembranças, elaborados nos mais variados países: Espanha, Grécia, República Tcheca, Eslovênia e África do Sul. Aliás, a Espanha produz muitos e ótimos rosés, sendo que o país Ibérico está bem representado pelo 1º vinho do quadro abaixo que conheci graças a amiga Sommelier Tita Moraes: 99 Rosas que é um vinho orgânico com uma boa relação custo x benefício.
Mas e a França? Como disse, ficará para outro post, mas para não deixar os francófilos tristes, seguem duas boas dicas que encontramos por aqui no Brasil e são BBB, com destaque para o Eléphant Rose:
Assim, na próxima vez que pensar em abrir uma ampola, que tal incluir também o Rosé como opção?
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