Compartilhando eno-experiências e conhecimentos do fascinante universo dos vinhos!
Logo
    • Home
    • Contato
    • Sobre mim
  • Busca
  • Fecha
  • Busca por:

    Blog

    Os vinhos da Península de Setúbal

    access_time Publicado em 6 de junho de 2018
    update Atualizado em 7 de agosto de 2020
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Portugal,Turismo,Vinícolas

    Ontem ocorreu no Rio mais uma edição da Prova dos Vinhos da Península de Setúbal, evento que contou com a participação de diversos produtores da região que apresentaram seus vinhos ao público carioca. Produtores presentes: Adega Camolas, CW Comporta Wines, Brejinho da Costa, Venâncio da Costa, Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, António Saramago Vinhos, Casa Ermelinda Freitas, Sociedade Vinícola de Palmela (SIVIPA), Quinta do Piloto e Filipe Palhoça.  Alguns destes, não possuem representação no Brasil.

    A Península de Setúbal fica localizada ao sul de Lisboa, rodeada pelo Atlântico e pelos rios Tejo e Sado.

    Os vinhos da região podem ser provenientes de uma de suas duas denominações de origem (DO Setúbal ou DO Palmela) ou simplesmente trazer no rótulo a indicação geográfica IG Península do Setúbal que também é conhecida como Vinho Regional da Península de Setúbal.

    Na Península de Setúbal são produzidos vinhos tintos, brancos e espumantes, além dos famosos vinhos licorosos ou, como também são conhecidos, vinhos generosos, que são provenientes da DO Setúbal. Estes vinhos possuem maior concentração de açúcares e são considerados vinhos fortificados, tais quais os vinhos do Porto e da Madeira, pois possuem elevado teor alcoólico. São normalmente servidos como aperitivos ou digestivos.

    O Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo

    Existem dois tipos de vinhos generosos com direito à denominação de origem controlada Setúbal (DO Setúbal): o produzido com castas brancas, onde a casta Moscatel de Setúbal está obrigatoriamente presente numa percentagem igual ou superior a 67%, e o produzido com castas tintas, onde a casta Moscatel Roxo está presente com uma percentagem mínima de 67%. As designações tradicionais “Moscatel de Setúbal”, “Moscatel Roxo” ou “Roxo” só podem ser usadas quando estas castas contribuam com, pelo menos, 85% do mosto utilizado.

    São verdadeiros néctares portugueses!  Abaixo alguns ótimos vinhos generosos que degustei no evento:

    Moscatel Roxo, cada um melhor que o outro: Dona Ermelinda, Venâncio da Costa lima 2014, Quinta do Piloto Superior 2011 e Sivipa 10 anos.

     

    Moscatel de Setúbal

    HISTÓRIA DA REGIÃO

    Linha histórica obtida no infovinni.

    • Escavações arqueológicas encontraram artefatos que evidenciaram a cultura da vinha na região cerca de 2000 anos a.c. pelos tartéssos, período muito anterior à formação de Portugal e até mesmo à presença dos fenícios na região, que séculos depois impulsionaram a produção do vinho.

    • Os gregos e em seguida os romanos, que ocuparam definitivamente a Península poucos anos a.c, contribuíram expressivamente com o aumento da cultura das vinhas e a introdução de técnicas de cultivo.

    • A ocupação muçulmana no século VIII contribuiu pouco para a cultura do vinho, já que o Alcorão proíbe bebidas alcóolicas, entretanto com a reconquista cristã, a produção do vinho voltou a ser estimulada e este tornou-se um dos principais produtos de exportação da Península de Setúbal.

    • No século XIX a região conquistou prestígio devido ao Moscatel de Setúbal, diversas personalidades contribuíram para o avanço da indústria do vinho na região, entre elas José Maria da Fonseca que criou em 1850 o mundialmente famoso vinho Periquita, cujas exportações datam de 1881.

    OS VINHOS E AS CASTAS

    Do total de hectares apto à produção de vinhos certificados, 78% estão cultivados com uvas tintas e 22% com brancas.

    BRANCAS

    • Moscatel de Setúbal: destaca-se na produção do vinho fortificado. Também é conhecida como Graúdo ou Moscatel da Alexandria, pois apesar de ser originária do Egito, expandiu-se pelo Mediterrâneo através da Alexandria, possivelmente durante o auge do império romano. Diz-se que era a favorita da rainha Cleópatra. Seus vinhos possuem bela coloração dourada e forte expressão aromática, com notas de mel, florais, cítricas, de frutas secas…

    • Fernão Pires: também conhecida como Maria Gomes na Bairrada é a branca mais cultivada em Portugal e a segunda mais plantada na região. Aparece em varietais e em cortes.

    • Arinto: também é bem representativa, confere frescor aos vinhos devido à sua acidez característica. Encontrada também em varietais e nos cortes.

    • Outras brancas cultivadas: Antão Vaz, Verdelho, Chardonnay, Viosinho, Viognier, Síria, Malvasia Fina, Sauvignon Blanc, Alvarinho, Sercial, Rabo de Ovelha, Pinot Blanc, Moscatel Galego Branco, Tamarez, Semillon, Loureiro, Boal Branco e Encruzado.

    As ampolas brancas que mais me marcaram no evento foram as abaixo:

    • Quinta do Piloto Collection 2017: São varietais ou monocastas como dizem os portugueses!  Gostei do Síria, casta pouco conhecida e o mais raro, Moscatel Roxo, vinificado em branco.
    • Terras do Pó da Dona Ermelinda: Elaborado com as internacionais Chardonnay e Viognier.
    • Brejinho da Costa Alvarinho: Sou fã dos vinhos produzidos no Minho com esta casta e gostei da sua expressão na Península. Mais info sobre os alvarinhos, clique AQUI.
    • António Saramago Reserva 2016, Quinta da Invejosa 2016 e Quinta do Piloto 2015 são vinhos de cortes muito interessantes.

    TINTAS

    • Castelão: é disparada a mais cultivada na região, onde é conhecida como Periquita, devido à sua origem ter sido na propriedade Cova da Periquita, de José Maria da Fonseca, que a plantou na primeira metade do século XIX. Gera vinhos encorpados e intensos.

    • Syrah: casta do Rhône que se adaptou bem no sul de Portugal encontrando condições ideais para se expressar.

    • Aragonez: é conhecida como Tinta Roriz no Douro e Tempranillo na Espanha.

    • Touriga Nacional: famosa casta portuguesa, cultivada em todo o país.

    • Moscatel Roxo: uva de cachos pequenos e compactos, possui intensa e complexa expressão aromática, tal qual à branca Moscatel de Setúbal, mas seus vinhos fortificados são produzidos em menor escala, por isso são menos conhecidos.

    • Outras tintas cultivadas: Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet, Touriga Franca, Merlot, Alfrocheiro, Tinta Barroca, Tinta Miúda, Tannat, Tinto Cão, Petit Verdot, Pinot Noir, Bastardo, Tinta Caiada, Baga e Moreto.

    Abaixo as ampolas tintas que mais me agradaram:

    • Casa Ermelinda Syrah 216: foi o varietal que mais gostei.
    • O Vinha dos Pardais 2014: tem uma história curiosa, me foi dito que os pardais da propriedade fazem a seleção das uvas!!!
    • Brejinho da Costa Unoaked Tinto: sem passagem por madeira, estágio em ânforas de barro.
    • Entre os cortes merecem destaque o António Saramago Reserva 2010 e o Quinta da Invejosa Vinhas Velhas 2015 produzido pela Filipe Palhoça.
    A orquestra Maré do Amanhã fez um bonita pocket show de abertura

    A região pode ser facilmente visitada tomando como base Lisboa que fica cerca de 45 minutos. Recomendo pesquisar a Rota de Vinhos da Península de Setúbal que contém várias informações.

     

    Outros posts no blog sobre produtores da Península de Setúbal:

    • Uma agradável tarde na Quinta do Piloto!
    • Quinta da Bacalhôa: um imperdível passeio na Península de Setúbal

     

     

    Mais recentes Os vinhos e vinícolas de Paso Robles
    Mais velho/a Os 7 inimigos da degustação!

    2 Comments

    Entre na discussão.

    • Fernando Hernani Contreiras disse:
      6 de junho de 2018 às 22:58

      Boa tarde

      “Quinta da Invejosa 2016”

      “Quinta da Invejosa Vinhas Velhas 2015” produzido pela Filipe Palhoça.

      Ambos medalhados em Bruxelas…do melhor que se faz aqui em Portugal.

      Irmãos do Brasil vão poder apreciar também estes néctares dos Deuses.
      Abraço daqui de Portugal

      Responder
      • Vinhos com Fernando Lima disse:
        7 de junho de 2018 às 14:44

        Isso mesmo, caro Fernando, xará! Obrigado pelo comentário. Abraço.

        Responder

    Deixe uma resposta Cancelar resposta

    20 − quinze =

    Busca por:
    Posts recentes
    • Franciacorta, Ca’del Bosco e seus maravilhosos espumantes!
    • Marqués de Murrieta: excelência em Rioja
    • Argiano: Arquitetura, Arte e Grandes Brunellos em Montalcino
    • Bodegas Valdemar: pioneirismo e vinhos de alta qualidade em Rioja
    • Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    Categorias
    • Alvarinho
    • Argentina
    • Austrália
    • Áustria
    • Bar/Restaurante
    • Brasil
    • Cabernet Franc
    • Cabernet Sauvignon
    • Califórnia
    • Champanhe
    • Chile
    • Colheita de Inverno (Dupla Poda)
    • Curiosidades/Entretenimento
    • Degustação
    • Eslováquia
    • Espanha
    • Espumantes
    • Estados Unidos
    • Fabricação
    • França
    • Grécia
    • Harmonização
    • Hungria
    • Israel
    • Itália
    • Leste Europeu
    • Malbec
    • Marselan
    • Mendoza
    • Mercado
    • Merlot
    • Mexico
    • Nova Zelândia
    • Orgânicos, Biodinâmicos e Naturais
    • Pinot Noir
    • Portugal
    • Produção
    • República Tcheca
    • Rose
    • RWFF
    • Sem categoria
    • Syrah
    • Tannat
    • Turismo
    • Uruguai
    • Vinícolas
    • Vinho Laranja
    • Vinho para todos oficial
    • Vinificação
    Arquivos
    • junho 2025
    • maio 2025
    • abril 2025
    • março 2025
    • fevereiro 2025
    • julho 2024
    • abril 2024
    • fevereiro 2024
    • dezembro 2023
    • novembro 2023
    • setembro 2023
    • agosto 2023
    • julho 2023
    • maio 2023
    • abril 2023
    • março 2023
    • fevereiro 2023
    • janeiro 2023
    • dezembro 2022
    • novembro 2022
    • setembro 2022
    • agosto 2022
    • julho 2022
    • junho 2022
    • maio 2022
    • abril 2022
    • março 2022
    • fevereiro 2022
    • janeiro 2022
    • dezembro 2021
    • novembro 2021
    • outubro 2021
    • setembro 2021
    • agosto 2021
    • julho 2021
    • junho 2021
    • maio 2021
    • abril 2021
    • março 2021
    • fevereiro 2021
    • janeiro 2021
    • novembro 2020
    • setembro 2020
    • agosto 2020
    • julho 2020
    • junho 2020
    • maio 2020
    • abril 2020
    • março 2020
    • fevereiro 2020
    • dezembro 2019
    • novembro 2019
    • agosto 2019
    • julho 2019
    • junho 2019
    • maio 2019
    • abril 2019
    • março 2019
    • fevereiro 2019
    • novembro 2018
    • outubro 2018
    • setembro 2018
    • agosto 2018
    • julho 2018
    • junho 2018
    • maio 2018
    • abril 2018
    • março 2018
    • fevereiro 2018
    • dezembro 2017
    • novembro 2017
    • outubro 2017
    • setembro 2017
    • agosto 2017
    • julho 2017
    • junho 2017
    • maio 2017
    • abril 2017
    • março 2017
    • fevereiro 2017
    • janeiro 2017
    • dezembro 2016
    • novembro 2016
    • outubro 2016
    • setembro 2016
    • agosto 2016
    • julho 2016
    Comentários
    • Vinhos com Fernando Lima em Vinhos de Altitude de Santa Catarina, a mais nova IP de vinhos do Brasil!
    • Daniele Cavaliere em Vinhos de Altitude de Santa Catarina, a mais nova IP de vinhos do Brasil!
    • Vinhos com Fernando Lima em Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    • Vinhos com Fernando Lima em Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    • Elina Almada da Costa em Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    • Home
    • Contato
    • Sobre mim


  • +55 21 98848-2370
    contato@vinhoscomfernandolima.com.br
    © 2025 Vinhos com Fernando Lima

     

    desenvolvido por HS2