Os vinhos patagônicos da Família Schroeder

Participei como convidado da degustação dos vinhos produzidos pela Família Schroeder na Patagônia, região mais austral da Argentina, marcada por ventos gélidos, pluviosidade baixíssima e uma amplitude térmica de mais de 20ºC ao longo do dia. Características que garantem uma produção de uvas repletas de expressões arómaticas e com uma acidez marcante.
No total, foram degustados 06 vinhos, sendo 01 branco, 04 tintos e 01 de sobremesa (colheita tardia):
- Saurus Select Sauvignon Blanc 2015 – Nariz expressivo com notas de maracujá predominantes. Pouco corpo e acidez agradável.
- Saurus Pinot Noir 2015 – Linha de entrada da vinícola. Frutado, com notas de frutas vermelhas e cogumelos. Pouco corpo, taninos macios. Elegante e bem fácil de beber.
- Saurus Select Cabernet Sauvignon 2013 – Equilibrado e redondo na boca. Notas discretas de café, especiarias e frutos negros.
- Saurus Barrel Fermented Malbec 2013 – Potente, volumoso e redondo na boca, possui taninos bem equilibrados. Notas de tostado, frutas vermelhas e ameixa.
- Familia Schroeder Pinot Noir-Malbec 2010. Pertence a linha top da vinícola, cujo malbec já conhecia e gosto bastante. Trata-se de um corte singular, possui 50% de Malbec e 50% de Pinot Noir. Na boca predomina o Malbec e no nariz há uma complexidade de aromas, passando por sutis frutas vermelhas, chocolate e marcantes notas de ameixas secas. É um vinho gastronômico. Possui corpo e equilíbrio.
- Saurus Pinot Noir Tardio 2008 – Nariz complexo. Açúcar e álcool bem presentes. Melhora bastante, alguns minutos depois de aberto.

Os vinhos da noite, na minha opinião, foram: o Saurus Pinot Noir 2015 e o Saurus Barrel Fermented Malbec 2013.
Por que o pinot? Sou fã dos vinhos patagônicos, especialmente dos exemplares da pinot noir que tenho provado. O rótulo da linha Saurus, que foi degustado, mantém a característica dos interessantes vinhos desta casta que lá são produzidos. É fácil de beber, bem frutado, possui agradável acidez, médio corpo e é muito acessível, em termos de preço. Pertence a linha de entrada da vinícola, ou seja, é o simples que agrada.
E o malbec? A Argentina é o berço de excepcionais vinhos desta casta e os malbecs patagônicos, apesar de possuírem características distintas dos seus conterrâneos mendocinos, são excelentes e honram a justa fama conquistada.

A Família Schroeder conta com a consultoria do americano Paul Hobbs, possui excelente estrutura para visitação, sofisticado restaurante e um museu com fósseis de dinossauro que foram encontrados no local.
Mais info sobre Pinot Noir na Patagônia, leia em A Pinot Noir além do seu reino!
E veja sobre a pinot noir na Patagônia em Nem só de malbec vive a Argentina!
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