Compartilhando eno-experiências e conhecimentos do fascinante universo dos vinhos!
Logo
    • Home
    • Contato
    • Sobre mim
  • Busca
  • Fecha
  • Busca por:

    Blog

    Tokaji e os vinhos húngaros!

    access_time Publicado em 13 de setembro de 2016
    update Atualizado em 23 de abril de 2021
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Hungria,Leste Europeu,Turismo

    A Hungria é o berço do fabuloso Tokaji (pronuncia-se “tocai”), xodó das cortes europeias nos séculos XVIII e XIX e chamado por Luis XIV como “o rei dos vinhos e o vinho dos reis”. Ultrapassou os limites da nobreza, sendo também apreciado por Voltaire, Goethe e Beethoven. O Tokaji é citado até no hino nacional da Hungria! Em inglês, se escreve Tokay.

    Um dificultador para se iniciar no universo do vinho húngaro é a barreira imposta pelo seu complicadíssimo idioma. Mesmo utilizando caracteres do nosso alfabeto, ao ler um rótulo, não é tranquilo identificar a uva, região ou produtor. Em húngaro, vinho é “bor” (nenhuma semelhança com vino, vin, wien ou wine); e para ir ao banheiro, num restaurante, depois de calibrado, em qual destas portas você entraria: “férfiak” ou “nök”? O feminino é “nök” e o masculino é o “férfiak”! Toda essa dificuldade é compensada pelo belo país e seus ótimos vinhos.

    Única carta de vinhos em vários idiomas que encontrei!

     

    Esta loja de departamentos também possuía algumas informações em inglês

    A Hungria possui 22 regiões produtoras. A tradição vinícola sempre foi forte, mas foi prejudicada durante o regime comunista que fechou o vinho húngaro para o mundo. Com a queda do regime e os investimentos da União Europeia o setor voltou a se desenvolver.

     

    A região de Tokaj-Hegyalja é a mais conhecida, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, fica a três horas de Budapeste. Lá são produzidos os melhores vinhos brancos secos do país. As castas brancas Furmint, Hárslevelü e Sárga Muskotály são as mais plantadas. Obviamente é nessa região que se produz o famoso vinho doce Tokaji Aszú, verdadeiro néctar.

    Tokaj refere-se à região, enquanto Tokaji é o vinho. O “i” em húngaro é possessivo e é correto dizer Aszú de Tokaj ou Tokaji Aszú. Para confundir ainda mais pouquinho, Tokaj também é o nome da denominação e uma das 27 aldeias dentro da região.

    Mapa divertido e bem mais simplificado da Wine Folly

    O estilo de produção que deu fama ao vinho e a região é o aszú, no qual a uva é colhida tardiamente, depois de atacada pelo fungo botrytis cinerea, que perfura sua casca, criando micro poros, fazendo com que perca água e murche, ficando toda enrugada. O açúcar da uva fica concentrado. Esses cachos botritizados, ou aszú (em húngaro), adquirem aromas únicos e uma incrível doçura. A ação desse fungo é conhecida como podridão nobre. Essas uvas botritizadas, as uvas aszú, são transportadas para a vinícola em recipientes de madeira de 25kg chamados de Puttonyo.

    Putonnyo: “Balde” para 25Kg de uvas “aszú”

    São adicionados 3 a 6 puttonyos para cada barril de vinho base de 136 litros (o gônc). Por isso, nos rótulos sempre há a indicação, normalmente antes da safra, de quantos puttonyos foram utilizados. Quanto maior o número de puttonyos, mais doce é o vinho. Ainda encontra-se no mercado 3 puttonyos, mas a tendência é que sejam elaborados apenas os de 4, 5 e 6.

    Tokajis de diversos puttonyos que tive a oportunidade de beber, onde destaco o premiadíssimo Chateau Dereszla 5 Puttonyos 2007:

    No Brasil, a maioria das grandes importadoras possui em seus catálogos um produtor de tokaji, entretanto os demais maravilhosos brancos e os interessantes tintos húngaros são bem raros por aqui.

    Dentre as ampolas que tive a oportunidade beber/degustar, as seguintes foram as que mais me surpreenderam:

    Alguns brancos que me encantaram, especialmente os elaborados com a casta furmint.

    Observe que a última ampola acima é um Tokaji Szamorodni. Szamorodni significa “tal como vem” pois neste estilo de vinho, são colhidas de uma só vez as uvas botrytizadas e as que não foram afetadas pela podridão nobre, diferentemente do Tokaji Aszú, onde a colheita é feita em etapas, de forma seletiva, retirando apenas as uvas atacas pelo fungo. Desta forma o Tokaji Szamorodni pode ser seco ou doce, dependendo do grau de podridão nobre presente na uva no momento da colheita.

    Os três últimos tintos foram supreendentes: o Talker Syrah Prmiun, o Hidaspetre Cabernet Franc e o Bárbar, que é um corte de 36% cabernet franc, 28% merlot, 18% tannat e 17% kékfrankos

    Em Budapeste, na rua Parizsi nº 4 (Parizsi utca), uma transversal da famosa Rua Váci (Váci utica) há a incrível loja//winebar  Cultivini, onde é possível degustar amostras de vinhos de diversas regiões do país. É imperdível!.

    Cultivini – Pariszi utica 4

     

    A maravilhosa Budapeste

    Eu gostei muito do cabernet franc abaixo, bebi no último dia e para minha surpresa o produtor Mészaros possui o mesmo sobrenome das minhas queridas primas que possuem raízes húngaras!

     

    Os cabernets francs húngaros foram mencionados no post: A outra Cabernet!

    Os vinhos Tokajis também já foram matéria da coluna Boas Taças que escrevi para o jornal O Sol em 02/10/2015.

    Veja os posts:

    • Os vinhos da Eslováquia
    • Vinhos de Praga
    • O Vale do Wachau, os brancos e os tintos da Áustria!
    • Viena: seus vinhos e heurigers
    Mais recentes Rolha: cobrar ou não cobrar, eis a questão! Veja alguns lugares que não cobram!
    Mais velho/a O Vasto Alentejo

    Deixe uma resposta Cancelar resposta

    dezoito + 1 =

    Busca por:
    Posts recentes
    • Franciacorta, Ca’del Bosco e seus maravilhosos espumantes!
    • Marqués de Murrieta: excelência em Rioja
    • Argiano: Arquitetura, Arte e Grandes Brunellos em Montalcino
    • Bodegas Valdemar: pioneirismo e vinhos de alta qualidade em Rioja
    • Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    Categorias
    • Alvarinho
    • Argentina
    • Austrália
    • Áustria
    • Bar/Restaurante
    • Brasil
    • Cabernet Franc
    • Cabernet Sauvignon
    • Califórnia
    • Champanhe
    • Chile
    • Colheita de Inverno (Dupla Poda)
    • Curiosidades/Entretenimento
    • Degustação
    • Eslováquia
    • Espanha
    • Espumantes
    • Estados Unidos
    • Fabricação
    • França
    • Grécia
    • Harmonização
    • Hungria
    • Israel
    • Itália
    • Leste Europeu
    • Malbec
    • Marselan
    • Mendoza
    • Mercado
    • Merlot
    • Mexico
    • Nova Zelândia
    • Orgânicos, Biodinâmicos e Naturais
    • Pinot Noir
    • Portugal
    • Produção
    • República Tcheca
    • Rose
    • RWFF
    • Sem categoria
    • Syrah
    • Tannat
    • Turismo
    • Uruguai
    • Vinícolas
    • Vinho Laranja
    • Vinho para todos oficial
    • Vinificação
    Arquivos
    • junho 2025
    • maio 2025
    • abril 2025
    • março 2025
    • fevereiro 2025
    • julho 2024
    • abril 2024
    • fevereiro 2024
    • dezembro 2023
    • novembro 2023
    • setembro 2023
    • agosto 2023
    • julho 2023
    • maio 2023
    • abril 2023
    • março 2023
    • fevereiro 2023
    • janeiro 2023
    • dezembro 2022
    • novembro 2022
    • setembro 2022
    • agosto 2022
    • julho 2022
    • junho 2022
    • maio 2022
    • abril 2022
    • março 2022
    • fevereiro 2022
    • janeiro 2022
    • dezembro 2021
    • novembro 2021
    • outubro 2021
    • setembro 2021
    • agosto 2021
    • julho 2021
    • junho 2021
    • maio 2021
    • abril 2021
    • março 2021
    • fevereiro 2021
    • janeiro 2021
    • novembro 2020
    • setembro 2020
    • agosto 2020
    • julho 2020
    • junho 2020
    • maio 2020
    • abril 2020
    • março 2020
    • fevereiro 2020
    • dezembro 2019
    • novembro 2019
    • agosto 2019
    • julho 2019
    • junho 2019
    • maio 2019
    • abril 2019
    • março 2019
    • fevereiro 2019
    • novembro 2018
    • outubro 2018
    • setembro 2018
    • agosto 2018
    • julho 2018
    • junho 2018
    • maio 2018
    • abril 2018
    • março 2018
    • fevereiro 2018
    • dezembro 2017
    • novembro 2017
    • outubro 2017
    • setembro 2017
    • agosto 2017
    • julho 2017
    • junho 2017
    • maio 2017
    • abril 2017
    • março 2017
    • fevereiro 2017
    • janeiro 2017
    • dezembro 2016
    • novembro 2016
    • outubro 2016
    • setembro 2016
    • agosto 2016
    • julho 2016
    Comentários
    • Vinhos com Fernando Lima em Vinhos de Altitude de Santa Catarina, a mais nova IP de vinhos do Brasil!
    • Daniele Cavaliere em Vinhos de Altitude de Santa Catarina, a mais nova IP de vinhos do Brasil!
    • Vinhos com Fernando Lima em Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    • Vinhos com Fernando Lima em Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    • Elina Almada da Costa em Brasil ganha mais uma Indicação Geográfica de Vinhos: IP Vinhos de Inverno Sul de Minas
    • Home
    • Contato
    • Sobre mim


  • +55 21 98848-2370
    contato@vinhoscomfernandolima.com.br
    © 2025 Vinhos com Fernando Lima

     

    desenvolvido por HS2