Compartilhando eno-experiências e conhecimentos do fascinante universo dos vinhos!
Logo
    • Home
    • Contato
    • Sobre mim
  • Busca
  • Fecha
  • Busca por:

    Blog

    Uruguai além da Tannat!

    access_time Publicado em 1 de novembro de 2021
    update Atualizado em 4 de novembro de 2021
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Alvarinho,Cabernet Franc,Merlot,Tannat,Turismo,Uruguai

    Desde que postei o “Nem só de Malbec vive a Argentina” no qual comentei outras uvas interessantes do país que não a sua casta ícone, tive a certeza que o Uruguai merecia um similar, fato mais do que comprovado com o retorno  recebido da degustação que conduzi na ABS-Rio recentemente: Uruguai além da Tannat!  Nas últimas edições do “Tannat Tasting Tour” temos acompanhado a alta e consistente qualidade dos vinhos elaborados no nosso vizinho do sul com outras castas além da sua maravilhosa tannat. Há outras castas cultivadas no Uruguai que merecem muito a nossa atenção e ultimamente tenho me dedicado mais a elas!  Estamos falando dos excelentes vinhos que nossos vizinhos estão produzindo com a albariño, cabernet franc, marselan, merlot e petit verdot!

     

    Para termos uma noção da ordem de grandeza destas castas em termos de área cultivada, elaborei a tabela acima conforme dados publicados pelo INAVI no trabalho ESTADÍSTICAS DE VIÑEDOS 2020 DATOS NACIONALES

    Vamos a elas!

    MERLOT

    Começando pela merlot, que além de ser a segunda tinta mais cultivada foi uma das primeiras a apresentar excelentes resultados e mostrar seu potencial no Uruguai. Não é para menos, pois é uma casta que encontra condições muito favoráveis para se desenvolver no Uruguai: solo argiloso e clima marítimo. Aliás, solo de argila e clima marítimo nos remete a que região consagrada produtora de vinhos? Bordeaux, precisamente na margem direita do estuário do rio Gironde, onde a merlot protagoniza e seus vinhos gozam da mais alta reputação como os de Pomerol e Saint Emillion. Os solos de argila são mais frios e diferentemente da cabernet sauvignon que necessita de mais calor para madurar, a merlot consegue se desenvolver muito neste tipo de solo.

    No Uruguai há vinhos elaborados com a merlot da mais alta qualidade que também é utilizada em cortes com a tannat, objetivando dar uma maciez ao vinhos devido a sua aveludada característica.

    Abaixo alguns merlots uruguaios que já passaram pela minha taça com destaque para o Gran Ombú Merlot da BraccoBosca, sempre muito bem pontuado, e para o Merlot  Single Vineyard da Garzón.

    Merecem atenção os vinhos elaborados pela Bouza, entre eles seus merlots.  É uma vinícola uruguaia “especialista” na casta, tanto que elabora 3 diferentes estilos de merlot: o Parcela Única B9 de alta gama, o Merlot com uvas provenientes do vinhedo Pan de Azúcar que fica em Maldonado e o Merlot Reserva com uvas cultivadas nos vinhedos de Meilla (em Montevidéu, onde situa-se a Bouza) e Las Violetas que fica em Canelones.

    Aproveitando para lembrar, merlot é uma casta amplamente difundia no mundo, sendo elaborados excelentes vinhos em diversos países. Ela é utilizada tanto em cortes como em varietais, como por exemplo na Califórnia, Washington, Chile, Itália (cortes nos supertoscanos e varietais no Alto Adige e no Friuli), Portugal (Península de Setúbal, Tejo, Lisboa)…  E no Brasil, temos ótimos vinhos elaborados com a merlot, que é a única casta autorizada nos varietais da DO Vale dos Vinhedos, devendo obrigatoriamente participar com pelo menos 60% da composição dos cortes.

     

    CABERNET FRANC

    Voltando para o Uruguai, tal qual a merlot, a cabernet franc também encontrou condições ideais para se expressar e gerar excelentes vinhos.  Abaixo algumas ampolas que já degustei e gostei, cada qual dentro da sua proposta:

    Don Pascual é uma opção mais econômica da  Juanicó e os da Garzón e o Varela Zaranz são propostas mais complexas

    Não há como falar em cabernet franc uruguaio sem mencionar o Gran Ombú da Bracco Bosca. Eleito diversas vezes o melhor CF do Uruguai pelo guia Descorchados, inclusive nas últimas duas edições (2020 e 2021). São produzidas menos de 900 garrafas por ano, portanto é de fato um vinho boutique da mais alta qualidade. Acompanho há algum tempo, já tendo degustado as safras 2016, 2017 e 2018; e nunca me decepcionei!

     

    No mundo, tal qual a merlot, a cabernet franc também exerce um papel importante no clássico corte bordalês que é utilizado em diversos países. Em Bordeaux a casta possui grande relevância na margem direita e ainda na França também é interessante lembrar dos vinhos de médio corpo elaborados no Vale do Loire, com destaque para a AOC Chinon.  Na Argentina, há algum tempo caiu no gosto dos hermanos ganhando cada vez mais espaço, enfim a cabernet franc é  uma das minhas queridinhas e já foi objeto de posts aqui no blog diversas vezes. Para saber mais sobre suas expressões pelo mundo (Argentina, Chile, Brasil, EUA, Hungria…) recomendo o post “A outra Cabernet!”e “Nem só de Malbec vive a Argentina“

     

    MARSELAN

    A marselan foi desenvolvida em 1961 na França, no  INRA (Institut National de la Recherche Agronomique), pelo ampelógrafo Paul Truel através do cruzamento entre as castas grenache e cabernet sauvignon.  Cruzamento é quando se obtém uma nova variedade a partir de duas plantas mães da mesma espécie (vitis vinífera).  Ao invés de esperar durante séculos os cruzamentos aleatórios da natureza, o homem busca obter uma planta mais resistente e mais produtiva.  Assim, a marselan com seus pequenos frutos é mais resistente a doenças fúngicas e ao Coulure,

    No Uruguai a marselan aparece participando de cortes de grandes vinhos, como no caso do ícone Balasto da Garzón sendo também utilizada na elaboração de interessantes varietais:

    Gosto muito do marselan da Garzón e do M da Pizzorno que possui uma pegada diferente, sem passagem por barrica. O Suelto foi eleito o melhor marselan uruguaio pelo Descorchados em 2021. Ainda acima o Don Pascual e o agradável  Familia Dardanelli

    Além do Uruguai, a marselan está presente em mais de 25 países tanto em cortes como na forma varietal: França,  Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, Bulgária, Croácia, Israel, Líbano, Romania…  Existe até o Marselan Day que é 27 de abril!

     

    PETIT VERDOT

    De volta ao Uruguai temos a petit verdot como outra casta que gera vinhos muito interessantes no país. Ela também é uma das castas autorizadas de Boredeaux, mas representa menos de 1% do total de hectares cultivados na região francesa onde é utilizada apenas em alguns cortes, também com mínima participação. É uma uva de amadurecimento tardio e se adapta melhor em climas mais quentes que o francês, aparecendo na forma varietal na Espanha, Austrália, Califórnia, Chile, Portugal, Brasil… E claro, no Uruguai!

    Os varietais elaborados com a petit verdot são vinhos mais gastronômicos já que ela entrega corpo, tanino e cor ao vinho. Abaixo segue divertida imagem da Wine Folly utilizada para explicar aos americanos como seria a petit verdot numa escala comparativa com a pinot noir, que é bem conhecida por eles:

    Notem que a PV está no oposto da PN com uma longa escala entre elas.

     

    Algumas memoráveis experiências que tive com a petit verdot no Uruguai:

     

     

    E com relação a PV pelo mundo, já bebi varietais da casta produzidos no Brasil, Califórnia, Alentejo, Espanha, Chile e Argentina.

     

    ALBARIÑO

    Finalmente deixei para o final a branca albariño. Suas expressões pelo mundo, inclusive no Uruguai já foram comentadas aqui no post: “Alvarinho, a jóia do Minho” .  Ela arrebenta no Minho e na Galícia,  mas no Uruguai também faz bonito.  Assim, abaixo seguem ótimos exemplares da casta elaborados no Uruguai:

    A Garzón tem em sua linha 3 diferentes estilos de albariños. O Reserva que fermenta em inox e não passa por madeira, o Single Vineyard que fermenta e faz estágio em concreto, e o Petit Clos Block 27 que fermenta em concreto e faz breve passagem por madeira. Os dois primeiros são velhos conhecidos e aprecio muito mas o 3º, o Petit Block 27, ainda não experimentei, pois trata-se de lançamento elaborado com uma parcela especial do vinhedo (o block 27) que antes era direcionada para elaboração do Single Vineyard.

    O alvariño da Bouza é um dos pioneiros e mantém a qualidade a cada safra. A origem galega da família trouxe a paixão pela casta que inclusive compõe o inusitado corte denominado COCÓ, que é elaborado com 50% albariño e 50% chardonnay. COCÓ foi criado em homenagem a matriarca da família que tinha este carinhoso apelido e costumava  misturar na sua própria taça, em proporções iguais, chardonnay com alvarinho, supostamente em dúvida de qual branco escolher!

     

    Posts Relacionados:

    • Uruguai: sua poderosa Tannat e otras cositas más!

    • Nem só de malbec vive a Argentina!

    • Alvarinho, a jóia do Minho!

    • A outra Cabernet!

    • O Uruguai mostra a força de sua tannat no RWFF 2017

    • O Uruguai e sua poderosa Tannat!

     

    Mais recentes A imperdível Villa Francioni
    Mais velho/a Vinho: beber, degustar ou analisar?

    Deixe uma resposta Cancelar resposta

    seis − cinco =

    Busca por:
    Posts recentes
    • Vamos falar de Prosecco?
    • Franciacorta, Ca’del Bosco e seus maravilhosos espumantes!
    • Marqués de Murrieta: excelência em Rioja
    • Argiano: Arquitetura, Arte e Grandes Brunellos em Montalcino
    • Bodegas Valdemar: pioneirismo e vinhos de alta qualidade em Rioja
    Categorias
    • Alvarinho
    • Argentina
    • Austrália
    • Áustria
    • Bar/Restaurante
    • Brasil
    • Cabernet Franc
    • Cabernet Sauvignon
    • Califórnia
    • Champanhe
    • Chile
    • Colheita de Inverno (Dupla Poda)
    • Curiosidades/Entretenimento
    • Degustação
    • Eslováquia
    • Espanha
    • Espumantes
    • Estados Unidos
    • Fabricação
    • França
    • Grécia
    • Harmonização
    • Hungria
    • Israel
    • Itália
    • Leste Europeu
    • Malbec
    • Marselan
    • Mendoza
    • Mercado
    • Merlot
    • Mexico
    • Nova Zelândia
    • Orgânicos, Biodinâmicos e Naturais
    • Pinot Noir
    • Portugal
    • Produção
    • República Tcheca
    • Rose
    • RWFF
    • Sem categoria
    • Syrah
    • Tannat
    • Turismo
    • Uruguai
    • Vinícolas
    • Vinho Laranja
    • Vinho para todos oficial
    • Vinificação
    Arquivos
    • julho 2025
    • junho 2025
    • maio 2025
    • abril 2025
    • março 2025
    • fevereiro 2025
    • julho 2024
    • abril 2024
    • fevereiro 2024
    • dezembro 2023
    • novembro 2023
    • setembro 2023
    • agosto 2023
    • julho 2023
    • maio 2023
    • abril 2023
    • março 2023
    • fevereiro 2023
    • janeiro 2023
    • dezembro 2022
    • novembro 2022
    • setembro 2022
    • agosto 2022
    • julho 2022
    • junho 2022
    • maio 2022
    • abril 2022
    • março 2022
    • fevereiro 2022
    • janeiro 2022
    • dezembro 2021
    • novembro 2021
    • outubro 2021
    • setembro 2021
    • agosto 2021
    • julho 2021
    • junho 2021
    • maio 2021
    • abril 2021
    • março 2021
    • fevereiro 2021
    • janeiro 2021
    • novembro 2020
    • setembro 2020
    • agosto 2020
    • julho 2020
    • junho 2020
    • maio 2020
    • abril 2020
    • março 2020
    • fevereiro 2020
    • dezembro 2019
    • novembro 2019
    • agosto 2019
    • julho 2019
    • junho 2019
    • maio 2019
    • abril 2019
    • março 2019
    • fevereiro 2019
    • novembro 2018
    • outubro 2018
    • setembro 2018
    • agosto 2018
    • julho 2018
    • junho 2018
    • maio 2018
    • abril 2018
    • março 2018
    • fevereiro 2018
    • dezembro 2017
    • novembro 2017
    • outubro 2017
    • setembro 2017
    • agosto 2017
    • julho 2017
    • junho 2017
    • maio 2017
    • abril 2017
    • março 2017
    • fevereiro 2017
    • janeiro 2017
    • dezembro 2016
    • novembro 2016
    • outubro 2016
    • setembro 2016
    • agosto 2016
    • julho 2016
    Comentários
    • Vinhos com Fernando Lima em Vamos falar de Prosecco?
    • Fabiana Ferreira Silveira em Vamos falar de Prosecco?
    • Vinhos com Fernando Lima em Franciacorta, Ca’del Bosco e seus maravilhosos espumantes!
    • Clara Salvador em Franciacorta, Ca’del Bosco e seus maravilhosos espumantes!
    • Vinhos com Fernando Lima em Vinhos de Altitude de Santa Catarina, a mais nova IP de vinhos do Brasil!
    • Home
    • Contato
    • Sobre mim


  • +55 21 98848-2370
    contato@vinhoscomfernandolima.com.br
    © 2025 Vinhos com Fernando Lima

     

    desenvolvido por HS2