Degustação premium na Viña Cobos

A Viña Cobos produz vinhos fantásticos e desde seu histórico Cobos Malbec 1999 a vinícola contribui para posicionar o malbec e o vinho argentino entre os melhores do mundo. Seus vinhedos estão espalhados pela região de Luján de Cuyo, onde se localiza a propriedade, e pelo Vale do Uco. A variedade de terroirs é muito bem explorada pela vinícola que imprime a cada vinho uma característica única.
A Cobos possui como sócio fundador o talentoso enólogo americano Paul Hobbs que dedica-se à identificação de terroirs. Hobbs trabalhou no Napa como enólogo da Opus One e foi vice-presidente da Simi Winery. Chegou em Mendoza em 1988 e se apaixonou pela terra, sua paisagem e potencial. Ele ajudou a impulsionar o vinho argentino no exterior e presta assessoria a mais de 30 vinícolas ao redor do mundo: Argentina, Chile, Uruguai, Canadá, Espanha, França e Hungria. É proprietário da Paul Hobbs Winery e da Crossbarn na Califórnia, da Viña Cobos na Argentina, da Crocus na França e da Yacoubian-Hobbs na Armênia. Além dos vinhos da Cobos, sou particularmente fã dos seus chardonnays e pinots produzidos em Russian River, que já foram citados aqui no blog no post A Pinot Noir além do seu reino.
E por estas sortes da vida, tive a oportunidade de conhecer o simpático Paul Hobbs, que estava com sua equipe degustando às cegas diversos vinhos, duas mesas ao lado da minha.


A degustação na Viña Cobos deve ser agendada previamente e é recomendável boa antecedência. O atendimento é bem personalizado e quando lá estive havia as 06 opções de degustação abaixo:

Optamos pela degustação “Malbec Terroirs Collections”, composta por 4 malbecs da linha Bramare provenientes dos vinhedos Zingaretti , Rebon, Touza e Marchiori. Todos os vinhos da linha Bramare passam 17 meses em barricas de carvalho francês e/ou americano. São vinhos que a vinícola intitula premium. Todos são excelentes, complexos no nariz e redondos na boca. Possuem corpo e persistência. A produção de cada um deles não ultrapassa 4.000 garrafas.
Trata-se de uma degustação horizontal de malbecs da safra 2014 de vinhedos plantados em localidades distintas:
- Bramare Zingaretti Vineyard 2014 – Videiras de malbec de quase 80 anos, cultivadas a 1.1.50m a.n.m (acima do nível do mar) em Tumpugato, no Vale do Uco;
- Bramare Rebon Vineyard 2014 – Vinhedos unicamente de malbec, localizados no Vale do Uco a 1.015m a.n.m;
- Bramare Touza Vineyard 2014 – Vinhedos com 3 hectares, também só de malbecs, localizados em Luján de Cuyo a 1.150m a.n.m;
- Bramare Marchiori Vineyard 2014 – Propridade vizinha a vinícola, localizada em Luján de Cuyo a 995m a.n.m. Além da malbec, estão plantadas outras castas, com destaque para a cabernet sauvignon de alta qualidade. O vinhedo Marchiori é muito importante na história da vinícola, pois é o local onde foi realizada a primeira colheita, dando origem à primeira safra do histórico Cobos Malbec em 1999.
Missão difícil escolher um dentre estes 4 vinhaços, pois a verdade é que gostamos de todos!

Como sou fã do Bramare Cabernet Sauvignon Marchiori Vineyard, que considero um dos melhores argentinos produzidos com esta casta, havia pedido para incluir uma taça dele na nossa degustação. O pedido não só foi gentilmente atendido, como também foi incluído o Bramare Cabernet Sauvignon de Luján de Cuyo para que pudéssemos compará-los.
Ambos são varietais da linha Bramare compostos por 100% de cabernet sauvignon, sendo que um é da linha Bramare Vineyard Designate, no qual as uvas são provenientes de um único vinhedo, no caso o Marchiori; e o outro é da Linha Bramare Apellation, com uvas provenientes de diversos vinhedos localizados em Luján de Cuyo. Como todos os Bramares, ambos passam 17 meses em barricas de carvalho, sendo que no Marchiori, 65% das barricas são francesas de 1º uso e 35% são francesas de 2º uso; e no Apellation Luján de Cuyo, 20% das barricas são francesas de 1º uso, 11% americanas de 1º uso e 69% são combinação de americanas e francesas de 2º uso. Dois grandes cabernets, sou suspeito para falar. O Marchiori, o meu preferido, me pareceu mais complexo e persistente.

Ao Final, fizemos um breve tour na vinícola.

Em abril de 2019 voltei na Cobos, desta vez não encontrei o Paul Hobbs (rsrsrsrs), mas aproveitei para reencontrar o maravilhoso chardonnay Los Arbolitos e conhecer o seu Bramare Cabernet Franc que é top e ainda não está disponível no Brasil:
Se você gosta de vinhos argentinos, recomendo o post:
Quer saber mais sobre degustações:
4 Comments
Entre na discussão.
A degustação na Cobos de fato é fantástica, a começar pela exclusividade, pois não é fácil uma agenda, por outro lado ainda temos a belíssima atenção dada pela sommelier. Ao degustar os vinhos com paciência e bem relaxado, lógico acabamos por sair com nosso preferido, apesar da grande dificuldade em comparar o ótimo do ótimo. Mas é altamente recomendável esta degustação, primeiro por conta de um projeto tão feliz, segundo por considerar que aí estão os melhores vinhos do Mundo nestes varietais na minha opinião.
Que legal, Alexsander. Também gosto muito da degustação da Cobos. Lá estive em 2 ocasiões….
Grande abraço.
Vale a pena comprar os vinhos na vinicola? os preços são melhores que aqui no Brasil?
Olá! Sim os preços são bem melhores que os praticados no Brasil. Geralmente, em Mendoza e Buenos Aires, os preços nas lojas especializadas são um pouco melhores que os praticados nas vinícolas. Além disso, é comum as lojas darem descontos de 10-20% a partir da 6 gf e permitem fazer um mix de vinhos de diversos produtores. Assim, só aconselho comprar na vinícola os vinhos: de produção bem limitada, os que são vendidos unicamente na vinícola ou uma safra específica que vc tenha interesse. No centro de Mendonza recomendo a loja Sol y Vino e a Winery; e em BUE, a Lo de Joaquin Alberdi em Palermo ou a filial da Winery da Recoleta. Grande Abraço.