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    Os vinhos e vinícolas de Paso Robles

    access_time Publicado em 1 de junho de 2018
    update Atualizado em 16 de maio de 2019
    perm_identity postado por Vinhos com Fernando Lima
    folder_open Califórnia,Estados Unidos,Turismo,Vinícolas

    Ficou faltando falarmos dos vinhos e vinícolas de Paso Robles, então conforme prometido, segue a continuação do post A surpreendente região de Paso Robles!

    Vimos que a região recebeu uma forte influência do Rhône, refletindo numa presença marcante tanto de suas castas tintas (syrah, grenache, mourvèdre), quanto das brancas (viognier, marsanne, roussanne). Entretanto, a cabernet sauvignon é a casta tinta mais cultivada em Paso e a zinfandel também é bem expressiva.

    Assim, como o tempo é um recurso escasso e sempre temos que considerar as limitações financeiras e hepáticas, procurei visitar vinícolas, dentre as mais de 200 existentes na região, cujos vinhos me dessem uma boa representatividade de Paso Robles.

     

    JUSTIN VINEYARDS & WINERY

    A especialidade aqui são os seus excelentes cortes bordaleses e seus cabernets sauvignon varietais.  É uma grande vinícola, que possui um restaurante bem legal com vista para os vinhedos e uma hospedagem boutique.  Aqui foi onde degustei alguns dos melhores vinhos de corte ao estilo Bordeaux, da Califórnia. O atendimento foi fantástico, condizente com o nível dos seus vinhos e instalações.

    Para passear nos vinhedos da Justin, o cara tem que ficar esperto!

     

     Na Justin tive a oportunidade de conhecer diversos vinhos antes do almoço, cuja reserva prévia é recomendada.  Abaixo apresento as ampolas numa ordem mais “didática”, portanto diferente da sequência degustada.

     

    • Viognier 2015 e Syrah 2015. Mesmo a especialidade da casa sendo o Bordeaux-style, o propício terroir de Paso Robles é muito bem aproveitado na produção de interessantes varietais do Rhône, como o viognier  e o syrah  acima, ambos possuem uma ótima relação custo/benefício.

     

    • Cabernet Sauvignon 2015 e Cabernet Sauvignon Reserve 2015.  Ambos deliciosos e encorpados. Notas de pimenta, frutas negras, baunilha e tabaco. O Reserve é bem mais complexo, passa 19 meses em carvalho francês, onde 30% são barricas de primeiro uso. O varietal é mais fácil de beber e não menos interessante que o Reserve,  passa 14 meses em barricas americanas, nas quais 25% são novas.

    Estes são os tops da casa.  Todos os três são cortes bordaleses, elegantes, complexos, redondos e encorpados.

    • Justification 2015: Um dos meus favoritos. Corte composto por 52% cabernet franc e 48% merlot, ou seja, ao melhor estilo margem direta de Bordeaux. Faz estágio de 19 meses em  barricas novas de carvalho francês.
    • Isosceles 2014: Outro grande vinho.  Corte composto por 76% cabernet sauvignon, 13% cabernet franc e 11% merlot. Faz estágio de  21 meses em barricas novas de carvalho francês.
    • Isosceles Reserve 2014: É o ícone da casa, vendido apenas em caixas de madeiras contendo 06 ampolas.  Corte composto por 82% cabernet sauvignon, 9% merlot, 5% cabernet franc e 4% malbec. Estagiou 24 meses em barricas novas de carvalho francês.

     

    • Zinfandel 2015 e Reserve Malbec 2015. Achei o malbec  interessante, mas estava ainda um pouco contido, promete evoluir.  Não possui a fruta e a maciez dos malbecs argentinos. Este malbec já havia sido citado no post Malbec: a estrela argentina pelo mundo!

     

    TABLAS CREEK VINEYARD

    A especialidade aqui são as castas do Rhône. Conforme vimos no post A surpreendente região de Paso Robles!, no início dos anos 90, o Château de Beaucastel, produtor do sul do vale do Rhône, em parceria com o importador de vinhos norte-americano Robert Haas, fundou em Paso Robles a Tablas Creek Vineyard, o que marcou a consagração das castas do Rhône na região.   A vinícola importou novos clones de mais de 13 castas autorizadas na AOC Châteaunneuf-du-Pape, que nunca haviam sido cultivadas antes na Califórnia e as disponibilizou para outros produtores de Paso que se interessaram. A Tablas Creek se beneficiou também de toda a expertise de seu parceiro francês.

    É só comprar umas mudas e plantar no seu quinta, varanda ou laje!!!

     

     

    Degustei 2 tintos e 3 brancos:

    Todos muito interessantes e cada um na sua proposta. Os cortes são bem complexos, expressivos e inspirados na AOC Châteaunneuf-du-Pape. Os brancos são surpreendentes. A linha Esprit é de gama superior à Côtes.

    • Esprit de Tablas 2014: Corte composto por 40% mourvèdre, 35% grenache, 20% syrah e 5% counoise.
    • Côtes de Tablas 2015: Corte composto por 55% grenache, 25% syrah, 13% mourvèdre e 7% counoise.
    • Esprit Blanc de Tablas 2014: Corte composto por 72% roussanne, 23% grenache blanc e 5 picpoul blanc.
    • Côtes de Tablas Blanc 2016: 43% viognier, 40% grenache blanc, 14% marsanne e 3% roussanne.
    • Viognier 2016:  100% varietal.

     

    TURLEY WINE CELLARS

    Os vinhedos da Turley possuem certificação orgânica e a vinícola é especializada em zinfandel, ou “zins” como os íntimos nos EUA a tratam.  Possui 55 vinhedos e produz mais de 40 rótulos, sendo que em sua ampla maioria são varietais de  zinfandel provenientes de seus distintos vinhedos. O restante são varietais de petit sirah.

    A Turley foi uma dica do amigo especialista em vinhos norte-americanos Carlos Reis do blog VinoCult. Vinícola que também recomendo fortemente para os apreciadores de zinfandel.

    A zinfandel é uma casta muito popular e apreciada nos Estados Unidos. Em geral seus vinhos são robustos, estruturados, com taninos acentuados, acidez marcante e coloração rubi intensa. É cultivada nos EUA desde meados do século XIX e em 1972 descobriu-se que ela era a mesma casta conhecida como primitivo na Itália (Puglia) e tribidrag na Croácia.  Atualmente nos EUA está concentrada cerca de 90% da produção mundial de zinfandel/primitivo.

    Fiz uma degustação horizontal da safra de 2015 de zinfandel provenientes dos vinhedos Cedarman (AVA Howel Mountain/Napa Valley), Kirschenmann (Central Valley), Mead Ranch (Atlas Peak AVA/Napa Valley)  e Dusi (Paso Robles). Gostei de todos e sinceramente é muito difícil dizer qual seria o preferido.

    Degustei também 2  vinhos 2015 feitos com a uva petite syrah, que aqui no Brasil a grafia utilizada é “petite sirah”.  O Presenti Vineyard de Paso Robles e o Hayne Vineyard de Napa Valley, que achei superior. São vinhos com coloração muito intensa e taninos bem marcantes.

    A petite sirah é conhecida na França como durif, pois foi criada pelo botânico François Durif através do cruzamento da syrah com a rara uva peloursin.  Sua fruta é pequena (daí o nome petite) e possui alta concentração de taninos. Seus vinhos são encorpados e bem gastronômicos.

    Acima mais detalhes sobre os vinhos degustados na Turley.

     

    NINER WINE ESTATES

    A Niner foi uma agradável surpresa, tanto pelos seus vinhos quanto pelas instalações e atendimento.  Possui um restaurante muito simpático.

    Conforme vimos no post A surpreendente região de Paso Robles, muitas vinícolas de Paso possuem vinhedos localizados em Edna Valley que fica mais ao sul, fora da Paso Robles AVA. Edna Valley AVA possui um clima mais frio que Paso e uma boa reputação devido à qualidade dos seus pinots e chardonnays.  Degustei as ampolas acima e gostei bastante.

    A Niner também tem uma pegada forte nas castas do Rhône, com diversos rótulos:

    • Silhouette du Coeur 2015. Corte composto por marsanne, roussanne e grenache blanc. Participação de cada casta no corte não é informada.
    • Marsanne 2014. Varietal, intenso em aromas e na boca é bem persistente. Gostei mais do que o corte branco acima.
    • Syrah 2014 Paso Robles. É considerado um syrah varietal, mas entram na composição grenache (10%) , malbec (5%), petite sirah (5%) e marsanne (1%). Notas de chocolate, furtas vermelhas e especiarias.
    • Syrah Reserve 2014 Edna Valley. Possui 2% de mourvèdre. Aqui é um exemplo de um syrah de AVA onde predomina clima frio, diferente do syrah anterior, feito com uvas de Paso, que possui clima mais quente. Este aqui possui uma fruta mais intensa.

    • Cabernet Sauvignon 2014. Possui também em sua composição 9% malbec, 3% merlot e 2% carménère.
    • Super Paso Reserve 2014.  É uma homenagem californiana aos supertoscanos: 56% sangiovese, 27% barbera, 9% cabernet franc, 4% petit verdot, 3% carménère e 1% cabernet sauvignon.  Encorpado, com taninos firmes.  É um vinho gastronômico.
    • Fog Catcher 2014. É o ícone da vinícola. Complexo e bem estruturado. Recebeu 93 pontos de Robert Parker. Corte composto por 37% cabernet franc, 29% petit verdot, 28% cabernet sauvignon e 6% malbec.

    SEXTANT ESTATE WINERY

    Foi a que menos gostei dentre as vinícolas que visitei.  O atendimento e a atenção dispensada deixaram a desejar, ficando muito abaixo do padrão californiano.  Degustei os vinhos:

    • Chardonnay Reserve 2015 Santa Lucia Highlands. SLH é uma região de clima mais frio que produz bons pinots e chardonnays.  Não fica localizada em Paso Robles e sim na região de Monterey.
    • Pinot Noir 2015 Santa Lucia Highlands. Muito bom.
    • Holystone Zinfandel 2015.
    • Wheelhouse Zinfandel 2014.
    • Passage 2014. O mais interessante do flight. Corte GSM (grenache, syrah e mourvèdre).  Complexo com notas de cacau, couro e especiarias.

    Bem pessoal, com este post, completo a fase Paso Robles! Quer saber mais sobre os vinhos da Califórnia? Leia:

    • A surpreendente região de Paso Robles!
    • Roteiro Sideways em Santa Barbara Wine Country
    • Napa Valley: cidades, vinícolas e AVAs
    • Francis Ford Coppola Winery: uma vinícola cinematográfica!
    • O Napa Valley e os Vinhos do Julgamento de Paris.

     

    Mais recentes Decanter Wine Day/RJ: Chile em destaque com o melhor tinto de 2018!
    Mais velho/a Os vinhos da Península de Setúbal

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