Catena Zapata, parada obrigatória em Mendoza!
A Catena Zapata é um dos principais produtores argentinos, possui uma vasta gama de vinhos e exporta para dezenas de países, entre eles o Brasil. Aqui encontramos praticamente todos os seus vinhos e como são muito conhecidos e queridos por nós, a visita à Catena Zapata torna-se um programa obrigatório para todo enófilo brazuca em Mendoza. É um verdadeiro must see!
Não é para menos, pois os vinhos produzidos na Catena possuem alta qualidade, desde suas linhas de entrada, como Alamos e Saint Felicien, passando pelas excelentes linhas intermediárias, como D.V. Catena e Angelica Zapata, até chegar nos seus topos de gama como os complexos Estiba, Nicolas e os chardonnays White Stone e White Bones.
O projeto arquitetônico da vinícola também é outro atrativo e se destaca na paisagem mendocina, despertando curiosidades. Foi inspirado na pirâmide maia de Tikal, cujo desenho está presente nos rótulos destinados à exportação para os EUA e Europa. O objetivo foi destacar e identificar visualmente a origem latino-americana dos seus vinhos, valorizando-a.
A visita é muito concorrida e deve ser agendada com muita antecedência. O programa é bem bacana, inicia-se com um filminho de 10 minutos contando a história da vinícola. As primeiras videiras foram plantadas em 1902 pelo imigrante italiano Nicola Catena, mas foi seu neto, Nicolás Catena Zapata, atual proprietário, o responsável pela revolução na qualidade alcançada pelos vinhos lá produzidos. Nicolás residiu na Califórnia nos anos 80 e, inspirado nos excelentes vinhos do Napa Valley, acreditou que seria também possível produzir vinhos num elevado padrão de qualidade internacional no seu país. Empenhou-se neste objetivo e a Catena tornou-se alguns anos depois a primeira vinícola argentina a exportar vinhos finos.
Na visitação à Catena, os grupos são pequenos e seguem acompanhados por um especialista da vinícola. Após percorrer o interior da pirâmide e visitar algumas de suas instalações, ruma-se para a cave, local onde é realizada a degustação. Antes passamos por uma cave trancada a sete chaves onde a família mantém uma adega composta por centenas de grandes rótulos franceses e californianos para estudo e degustações às cegas. Uma verdadeira “biblioteca do vinho” repleta de tesouros.
Havia 04 tipos de degustação disponíveis e todas incluíam o tour pela bodega e o filminho inicial:
- Degustación Angelica Zapata: 03 vinhos da linha Angelica Zapata por 300 pesos (na época, R$ 60,00, pois o cãmbio era R$ 1,00=AR$ 5,00);
- Degustación Single Vineyard: 04 vinhos single vineyard por 450 pesos argentinos (R$ 90,00);
- Degustación Nicolás Catena Zapata: 03 vinhos, Catena Alta Chardonay, Malbec Argentino e Nicolás, por 600 pesos argentinos (R$ 120,00).
- Degustación El Arte de Malbec: 05 vinhos, Catena Single Vineyards, Adrianna Vineyard Malbec, Nicasia Vineyard Malbec, Malbec Argentino e Nicolás Catena Zapata. Além de harmonização destes com embutidos, queijos e azeites regionais. O Valor era 1500 pesos (R$300,00).
Escolhi a Degustación Single Vineyard. Quando o vinho tem a designação single vineyard significa que foi produzido com uvas provenientes de um único vinhedo. Fiquei atraído pela oportunidade de degustar estes vinhos, pois devido a sua produção limitada, sua distribuição é restrita e rara no Brasil. Não me arrependi, os vinhos eram excelentes. Tratava-se de uma degustação horizontal da safra 2011:
- D.V. Catena Vineyard Designated Malbec 2011 Nicasia Vineyard. O nome do vinhedo é em homenagem a avó de Nicolás, Nicasia. Fica localizado no Vale do Uco a 1.100m a.n.m (metros acima do nível do mar). Possui muita expressão aromática. É bastante frutado.
- D.V. Catena Vineyard Designated Malbec 2011 Adrianna Vineyard. O vinhedo Adrianna, nome em homenagem a filha mais nova de Nicolás, fica em Gualtallary (Vale do Uco) a 1.500m a.n.m. É o vinhedo Grand Cru da vinícola. É um malbec muito menos aromático que o primeiro, o Nicasia, e sua coloração é mais intensa. Possui taninos mais presentes, mais corpo e estrutura que o anterior.
- Angelica Zapata Vineyard Designated Cabernet Franc 2011 Adrianna Vineyard. Vinho top da linha Angelica cujas uvas são também do vinhedo Adrianna.
- D.V. Catena Vineyard Designated Cabernet Sauvignon 2011 La Piramide Vineyard. O Vinhedo La Piramide fica ao redor da propriedade da vinícola, daí seu nome, em Luján de Cuyo a 950m a.n.m.
Curiosidades:
- Todos os vinhos acima fazem estágio de 02 anos em barricas de carvalho e depois passam mais 02 anos repousando na garrafa antes de serem colocados à venda.
- Os single vineyard da linha D.V. Catena custam no Brasil, quando disponíveis, mais de R$ 500,00, ou seja, cerca de 5x mais que os da mesma linha elaborados com uvas provenientes de dois vinhedos que é a marca característica da linha D.V. Catena (Dos Viñedos).
- As letras D e V são também as inicias do pai de Nicolás Catena Zaapata, Domingo Vicente Catena.
- O Angelica Catena Zapata Cabernet Franc Designated Vineyard Adrianna, nunca vi no Brasil.
Mais info sobre a cabernet franc dos hermanos, leia o post Nem só de malbec vive a Argentina! clicando AQUI.
Deixe uma resposta